"Depois da guerra vieram a peste ea fome, ea rapina,
e a Inquisição, pior e mais terrível praga que todos os destroços juntas "
e a Inquisição, pior e mais terrível praga que todos os destroços juntas "
Barreiro de Vázquez Varela, 1973.
Há 3 meses principiaramos uma temática sobre lendas galegas e portuguesas, com o artigo sobre a Santa Companha e a Moura Encantada. Aproveitamos esta semana que é tempo de defuntos, 'Halloween', Samhain e outros histórias, pra dar um ponto de vista algo diferente de uma tradição bem presente na cultura galega e bem característica da imagem que projeta no exterior: as bruxas.
Liamos ontem o poema de Celso Emilio Ferreiro sobre Maria Soliña, e sua interpretação por Carlos Núñez e Teresa Salgueiro. Esta é a história por trás do poema, com excertos de 'Guia da Galiza Mágica' de Vítor Vaqueiro:
"... processos levados a cabo pela Inquisição em Galiza ... que atingiram a cidades e vilas como Pontevedra, Compostela, Verín, Tui, Pontedeume, Padrón, Ponte de Lima e Guimarães, entre outras. Nomeadamente assinalados foram os processos de Cangas do Morrazo e, subliñabelmente, o que conduziu à morte de Maria Soliña ou Soliño, figura histórica que, envurullada na lenda, chegou aos nossos dias ".
Liamos ontem o poema de Celso Emilio Ferreiro sobre Maria Soliña, e sua interpretação por Carlos Núñez e Teresa Salgueiro. Esta é a história por trás do poema, com excertos de 'Guia da Galiza Mágica' de Vítor Vaqueiro:
"... processos levados a cabo pela Inquisição em Galiza ... que atingiram a cidades e vilas como Pontevedra, Compostela, Verín, Tui, Pontedeume, Padrón, Ponte de Lima e Guimarães, entre outras. Nomeadamente assinalados foram os processos de Cangas do Morrazo e, subliñabelmente, o que conduziu à morte de Maria Soliña ou Soliño, figura histórica que, envurullada na lenda, chegou aos nossos dias ".
Em 1621, piratas beberiscos turcos assaltaram a costa do Morrazo, matando vários marinheiros, levando presos como escravos para crianças e mulheres, e devastando tudo à sua passagem. Entre os marinheiros mortos se encontravam Pedro Barba e Antón Soliño, marido e irmão de Maria Soliña, uma anciã que contava, então, já sessenta e seis anos de idade. Também levaram preso a um sobrinho de Maria, Pedro Martínez, i entre as fazendas destruídas depois do ataque, conta-se a de María.
Aponta para além Vitor Vaqueiro um dado salientábel, "entre os mortos na praia conta-se João Refoxos, membro da Inquisição, o que demonstra que, em Cangas, havia autoridades do Santo Ofício que jamais opinar das supostas atividades de bruxa de Maria Soliña".
Aponta para além Vitor Vaqueiro um dado salientábel, "entre os mortos na praia conta-se João Refoxos, membro da Inquisição, o que demonstra que, em Cangas, havia autoridades do Santo Ofício que jamais opinar das supostas atividades de bruxa de Maria Soliña".
Maria Soliña. Fonte: www.educared.net
As terras dos denunciados por bruxaria passavam às mãos do denunciante, instigador e testemunhas, por isso, não é de extrañar que Maria, que provavelmente perderia a razão perante a sua desgraça, fora acusada por seus próprios vizinhos.
Maria foi torturada pela Inquisição, razão pela qual, durante o tormento declarou "ser bruxa havia mais de vinte e cinco anos, nos quais havia tido contato com o Demônio, em que se transformou em gato para ir a uma fonte que se achava na vizinhança de Cangas, e nos que matar muitas crianças ", fato este último que, diz Vitor Vaqueiro, Soliña respondida negativamente mas nas atas puseram as respostas como afirmativas.
Maria Soliña morreu no tormento, e não foi a única mulher em Cangas que sofreu nesse ano os embates da Inquisição em Portugal.
Maria foi torturada pela Inquisição, razão pela qual, durante o tormento declarou "ser bruxa havia mais de vinte e cinco anos, nos quais havia tido contato com o Demônio, em que se transformou em gato para ir a uma fonte que se achava na vizinhança de Cangas, e nos que matar muitas crianças ", fato este último que, diz Vitor Vaqueiro, Soliña respondida negativamente mas nas atas puseram as respostas como afirmativas.
Maria Soliña morreu no tormento, e não foi a única mulher em Cangas que sofreu nesse ano os embates da Inquisição em Portugal.
As bruxas e meigas-vocablos sinônimos ainda que há tendência a considerar as primeiras mais prejudicial- encarna "a atitude oposta à do cristão", rejeitando o batismo, adorando ao demônio, com quem chegam mesmo a manter relações sexuais, e festejam na sexta-feira -dia do calvário de Jesus Cristo- como dia santo.
A paganización e atual recuperação de ritos e costumes religiosas como parte do folclore de cada país, e neste caso da figura das Bruxas, faz com que às vezes perdemos de vista a realidade histórica que se esconde por trás delas: Uma expressão de nosso medo da morte, o fanatismo religioso, a intolerância, no caso do nosso país, além do atraso econômico, como fonte de ignorância em séculos em que outras regiões européias viviam a sua descolagem (Ilustração) e, por último, no caso das Bruxas, também a Misoginia tão característica da liturgia católica.
Por isso, alguém lhe surpreende agora que o jornal do Vaticano ande a tocar as bolas às pessoas para que deixem de celebrar o Halloween por ser 'um culto às bruxas'? Se fosse por eles, chamavam a Inquisição novamente a mais de um.
Por isso, alguém lhe surpreende agora que o jornal do Vaticano ande a tocar as bolas às pessoas para que deixem de celebrar o Halloween por ser 'um culto às bruxas'? Se fosse por eles, chamavam a Inquisição novamente a mais de um.
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