quarta-feira, 30 de setembro de 2009

LA CORUÑA DE TODA LA VIDA (ANEXO)

Nos capítulos IV a VI lembrava a primeira tentativa de reinstaurar o Reino da Galiza independente do Reino de Castela na figura de D. João, com o apoio em repetidas ocasiões do Rei de Portugal D. Dinis e as sucessivas máximas autoridades da nobleza galega, Alburquerque, Chariño e de Castro.

Neste capítulo vamos fazer um breve parêntese para analisar a diferenciação que se iria gerar a partir destes anos entre galego e português.

Não é preciso ser Einstein para ver que, ao longo do lento processo de Reconquista da Península Ibérica, as línguas românicas, derivadas do latim nasceram no Norte (galego-português, espanhol e catalão), mas alcançaram o seu assentamento e seu caráter oficial à medida que os reinos expandiam-se para o sul e se iam transformando em idiomas oficiais dos diferentes reinos.

A exceção foi o caso do galego, língua de maior prestígio da península até o século XIII, graças principalmente ao Caminho de Santiago, para a qual o aparecimento do Condado e, posteriormente, Reino de Portugal, asim como da integração do Reino de Galiza na Coroa espanhol falante, faz que careçam dessa chave para assentar-se como língua de Estado, e alcançar a evolução "natural" para o sul que atingiram espanhol e, a princípio, também o catalão.

Apesar disso, o isolamento do galego e o português não se produziria até séculos depois, principalmente até o início do século XVI, com a definitiva integração da Galiza na Espanha dos Reis Católicos e a expansão dos dois reinos peninsulares para as suas novas possessões no ultramar. Até então, os reinos da Galiza e Portugal mantiveram-se em contacto, i em mais de uma ocasião, tentaram-e também alcançaram a aproximação e integração.

Tendes uma breve explicação do processo de diferenciação das nossas línguas e alguns exemplos neste entretido vídeo da RTP sobre o galego:




"Nós não falamos galego, que foi o que aconteceu?", Pergúntanse os nossos amigos portugueses neste vídeo. Tem uma boa explicação no capítulo LXXIV, "Ascensão da cultura portuguesa e da decadência da galega", em "Grandeza e decadência do Reino de Galiza" de Emilio González López:

"Se a língua castellana nada nas terras norteñas de Burgos e Santander, atinxíu o seu madurecemento nas de Toledo e Salamanca, no centro de Castela e León, respectivamente, de igual xeito a portuguesa, formada no norte de Portugal e Galicia chegou á súa plenitude en Coimbra e Lisboa. A función que desempeñou nas letras castellanas o Rei Afonso o Sabio, coa súa Escola de Tradutores de Toledo, tívoa en Portugal o Rei Don Denís, coa diferencia de que en Castela o Rei Sabio escribía en galego a súa doce poesía.
A nación portuguesa, arredada de Castela a mediados do século XII, recibe o seu auténtico contido cultural nacional có Rei Don Dinís a fins do XIII e comezos do XIV, mentras Galiza neses mesmos anos vai perdendo de a pouco a súa personalidade política e, con ela, o pulo que animaba as súas creacións culturais. A fins do século XIII castelán e portugués emerxen como línguas cultas na comunidade europea, eo galego, máis próspero noutro tempo, privado agora da enerxía creadora da súa nacionalidade, vai decaíndo paseniñamente, pugnando en vano por sobrevivir como língua poética de Castela.

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

GANHOU A EURO-REGIÃO

Falou Portugal, e pediu AVE Porto - Portugal. Ganhou a Euro-região Galiza - Norte de Portugal.

Resultados às 23:00 horas de Portugal. Fonte: www.publico.clix.pt


A análise política:
- O Partido Socialista perde 10% dos votos, perdendo a maioria absoluta, mas não o governo. José Sócrates é primeiro-ministro com o apoio do emergente Bloco de Esquerda (que apesar de aumentar 4 pontos não consegue ser a terceira força do país, como vaticinaban as pesquisas de opinião), e pode precisar também do Partido Comunista.
- Na direita, o PSD revalida resultados (obteve um 29% em 2005), mas no contexto atual e depois de estar a lutar pelo triunfo até mediada a campanha, é um sonoro fracasso. O debate de Ferreira Leite e, sobretudo, a crise do falso espião, xogoulle uma má passada. Melhor o CDS, a quem todas as pesquisas davam por superado pelo BE como terceira força, mais finalmente sobe de 7% a 10%.

Tenhem toda a informação disponível nos principais jornais portugueses:

- Público: http://www.publico.clix.pt/
- Correio da Manhã: http://www.correiomanha.pt/
- Diário de Notícias: http://dn.sapo.pt/Inicio/
- Expresso: http://aeiou.expresso.pt/

sábado, 26 de setembro de 2009

CASTELAO EM GUIMARÃES (2)

Descobrimos na primeira parte a "Homenagem à cultura luso-galaica" que dedica a vila de Guimarães a galegos e portugueses para a entrada de seu monumento mais importante, o Castelo de Guimarães:

"Homenagem à cultura luso-galaica:
'A nossa língua floresce em Portugal' - Castelao
'A minha pátria é a língua portuguesa' - Fernando Pessoa
Guimarães, 7 de maio de 1988 "


Mas na vila que viu nascer a Portugal hai muito mais por ver.

Largo da Oliveira e Igreja de Nossa Senhora da Oliveira. Fonte própria.


Praça de Santiago. Guimarães Centro Histórico. Fonte própria.


Largo da Oliveira. Guimarães Centro Histórico. Fonte própria.


Rua de Santa Maria. Guimarães Centro Histórico. Fonte própria.


Largo República do Brasil e Igreja de Nossa Senhora da Consolação
e Santos Passos. Fonte Própria


Largo do Toural. Fonte própria.


Guimarães. Vista do Centro Histórico dende a Penha. Fonte própria.


Teleférico da Penha. Fonte própria.


Santuário da Penha, Guimarães. Fonte própria.


Como sei que, depois deste par de artigos, você está desejando visitar Guimarães, primeiro dê uma vista de olhos a esta estupendo site, www.guimaraesturismo.com e você está pronto @ pra visitar VimaranIs.

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

CASTELAO EM GUIMARÃES (1)

"Aqui nasceu Portugal". Muralha da vila de Guimarães. Fonte própria.


Guimarães, Património da Humanidade desde 2001, Capital Europeia da Cultura em 2012, visita turística obrigatória em Portugal e, além disso, origem da própria nação portuguesa. Assim o atesta o icónico texto na muralha da vila a pé do Largo do Toural, "Aqui nasceu Portugal".

De fato, a cidade de "Vimaranes" está associada à fundação da identidade portuguesa porque lá, em 1128, tem lugar a Batalha de São Mamede, entre Dom Afonso Henriques e as tropas de sua mãe, D. Teresa e do conde galego Fernão Peres de Trava, "que se tentava apoderar do governo do Condado Portucalense". A origem da nação portuguesa ainda terá de esperar mais algum tempo, principalmente a partir do Rei Dinis. Mas Guimarães é conhecida desde então em Portugal como "O Berço da Nação Portuguesa" ou "Cidade Berço", como explicam na wikipedia "devido ao facto aí ter sido estabelecido o centro administrativo do Condado Portucalense por D. Henrique e pela importância histórica que a Batalha de São Mamede, travada na periferia da cidade , teve para a formação da nacionalidade ".

Estátua de Dom Afonso Henriques em Guimarães. Fonte: www.panoramio.com


Guimarães tem, assim, um sabor agridoce para os galegos: também foi o primeiro distanciamento histórico entre Galiza e Portugal, que até então formar a própria identidade, e as vicissitudes da História entre os séculos XII e XV, fariam com que a nossa língua e cultura prosperar em uma Portugal independente, enquanto Portugal entrava nos Séculos Escuros submetida finalmente a Castela.

Mais Guimarães não esquece a Portugal, e reserva-lhes os galegos que lá se aproxime de uma "homenagem" à nossa cultura em comum que é um imenso motivo de alegria, e ela lhe dedica este artigo. Haberémolo de ver em um instante.

Castelo de Guimarães. Fonte própria.

Paço dos Duques de Bragança, Guimarães. Fonte própria.


Na parte alta do Centro Histórico de Guimarães, podemos visitar os monumentos mais importantes da vila: o Paço dos Duques de Bragança eo Castelo de Guimarães. O primeiro, edificado no século XV pelo primeiro Duque de Bragança ao estilo Borgonha, ficou abandonado pouco tempo depois, até que em 1933 foi recuperado-de-jeito polêmico pelo ditador Salazar, que o transformou na sua residência oficial.

"O Castelo de Guimarães na história".
Fotografias expostas no Paço dos Duques de Bragança. Fonte própria.


O segundo, o Castelo de Guimarães, esconde (é um falar, porque a verdade é que está bem à vista na fachada principal) o tesouro do que falamos. O Castelo, uma das sete maravilhas de Portugal, principiou a se construir no ano de 958, e teve especial relevância nos fatos que deram lugar ao nascimento de Portugal, uma vez que "dentro dos muros dessa cerca terá resistido D. Afonso Henriques ao assédio das forças do rei Afonso VII ", e" no vizinho campo de São Mamede, o castelo foi testemunha do embate entre as forças de D. Afonso Henriques e de D. Teresa "mencionado anteriormente.

Interior do Castelo de Guimarães. Fonte própria.

É aqui, no Castelo de Guimarães, em sua fachada principal, junto à porta que dá acesso ao interior do monumento, onde podemos encontrar esta placa:

"Homenagem à cultura luso-galaica:
'A nossa língua florescer em Portugal' - Castelao
'A minha pátria é a língua portuguesa' - Fernando Pessoa
Guimarães, 7 de maio de 1988 "


Eu acho que não precisa de mais comentários. Muito obrigado, Guimarães! Já vedes amigos, não só "nosquedaportugal" e "alemdominho" trabalham por homenagear a nossa cultura em comum ...

Mas Guimarães, Património da Humanidade, esconde mais tesouros que veremos manhã na segunda parte deste artigo.

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

3 MESES, 5000 VISITAS

Manhã cumplimos 3 meses de blog(s) e, com um pouco de sorte, atingiremos as 5.000 visitas conjuntas de Menos mal que nos queda Portugal e Alem do Minho (o site em galego acaba de ultrapassar as 4.000).

A todos, 5.000 graças (e subindo... :-D)

LA CORUÑA DE TODA LA VIDA (6ª PARTE)

Vem do capítulo V:

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O rei Dom Denis eo Infante D. João, por um lado, eo rei D. Afonso IV de Aragão e os Infantes de la Cerda, por outro, concerto umas capitulação repartindose vários reinos dos que integram a Coroa de Castela.

"Entraban naquel acordo os reis de Franza, Portugal, Aragón e Granada. O primeiro acto dos coaligados foi coroar ao infante Don Xoán, Rei de Galiza, León e Sevilla".

Corria o ano de 1296. Depois de 66 anos, reinstaurábase o Reino da Galiza.
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No acordo entre os 4 reinos também se reconhecem pouco tempo depois, em Sahagún, como Rei de Castela Afonso de la Cerda (o neto de Afonso X que ele reconheceu como legítimo em seu testamento). Mais aqui vem o apoio que tem a Entente nuns reinos e em outros: enquanto em Castela algumas vilas continuam fiéis a Fernando IV, o que motiva que as tropas aragonesas empreendem o caminho de volta, o novo rei de Portugal conta com o apoio não só dos principais nobres galegos, mas também do novo Adelantado Mayor de Portugal, Fernán Rodríguez de Castro, que havia sido nomeado em seu cargo... pelos regentes do rei espanhol!

A atitude do Adelantado Maior galego, Rodríguez de Castro, herdeiro da casa de Traba e senhor de Lemos, não deve ser passada por alto. É muito sintomático do apoio que os nobres galegos lhe davam a opção soberanista perante Castela. Todos os Adiantados Maiores de Galiza, cargo ostentado pelo máximo representante da classe alta nobiliária portuguesa, durante os 20 anos que durou o conflito, apoiaram militarmente a D. João. E os três haviam sido nomeados pela Coroa de Castela... "O primeiro, Xoán Afonso de Albuquerque, foi preso i estivo a piques de ser decapitado; ó segundo, Paio Gómez Chariño, o seu apoio á causa soberanista costoulle a vida. Pero aínda o terceiro no cargo, Fernán Rodríguez de Castro, malia tódolos antecedentes, dis púñase a manter o apoio a Don Xoán como Rei de Galiza" .

Com o apoio de Rodríguez de Castro para a causa soberanista inicia-se "a activa belixerancia desa familia -a familia de Castro- a favor da aproximación a Portugal durante todas as etapas de conflitividade so século XIV, con tal fidelidade que o definitivo fracaso do obxectivo traerá consigo a ruina da liñaxe e, en xeral, da alta nobleza galega. No proxecto político atlantista (ou anti-castelán) decidíase, en efecto, a sorte dese sector s ocial". Tempo teremos de falar do que lhe aconteceu a Galiza e Portugal durante a segunda metade do século XIV, nos tempos da linhagem de Castro, em próximos capítulos de La Coruña de toda a vida.


Os regentes de Fernando IV conseguem recuperar o controle político de Castela, mas não o do Reinstalada Reino da Galiza. Em 1297 é assinado o Tratado de Alcanises, "pelo que se estabelecem as fronteiras do reino de Portugal e de Castela. Este tratado fixou até hoje, com pequenas alterações, as fronteiras entre Portugal e Castela" . Em 1298, o rei Dinis funda "o primeiro condado português (do condado de Barcelos), em favor de João Afonso de Albuquerque", e invade o território espanhol, sem consequências bélicas.

" Redefinición de la frontera luso - española después del Tratado de Alcañices"
Fonte: www.dip-badajoz.es


Entre os anos 1296 e 1301 manteve-se a independência do Reino da Galiza, sempre em meio a uma contínua instabilidade política e militar entre os reinos da Galiza e Portugal por um lado, ea de Castela por outro. D. João procurou, de facto, que o Rei Dinis lhe fizesse de Provedor perante a Coroa de Castela para que aceitassem o elenco: Castela lhe reconhecia oficialmente como Rei de Portugal, ea Entente reconhecia a Fernando IV como Rei de Castela. A Rainha viuva Maria de Molina, por outro lado, recusava "a que se le diese (ao Infante Don Xoán) todo el Reino de Galicia, de que se llamaba Rei" . A instabilidade política também era patente a nível de ordens da sociedade medieval: frente à participação da alta nobleza portuguesa que estava patente no apoio de Fernán Rodríguez de Castro, os regentes de Fernando IV contavam com o apoio da alta aristocracia castelhana e do alto clero galego.

Em 1301, "forzado por un cúmulo de circunstancias adversas, o Rei Don Xoán avense entón á reconciliación con Fernando IV, e renuncia ó título rexio, confirmándose a reunificación dos reinos. No futuro, a historiografía española (a mesma que idealiza a María de Molina por ter satisfeito as perspectivas unitaristas preconizadas pola historiografía española contemporánea) descartouno da nómina oficial de reis, tachándoo de ilexítimo. A realidade histórica non varía por iso". Em 1302 Fernando IV alcança a maioridade e, recentemente reconhecido por D. João como legítimo herdeiro, reunifica a Coroa de Castela sob o-curta-reinado.

Maria de Molina, a regente rainha viúva. Fonte: www.cigales.es


A breve reinstauração do Reino da Galiza durou pouco mais de 5 anos. Ta bem, durou mais do que o bipartito...

Mas, acima de tudo, a principal diferença entre esta reinstauração do Reino de Portugal com o apoio de Portugal, e que haveria de vir em meados do século XIV, esteve precisamente na sua solução de continuidade: ficou patente a opção soberanista galega, ficou patente a opção atlantista, pró-portuguesa, anti-castelhana, da alta nobreza portuguesa.
A situação de grave decomposição do Reino de Castela durante a primeira metade do século XIV (Maria de Molina ainda teria que fazer frente a uma segunda etapa de regência, entre 1312-quando morre Fernando IV, com apenas 28 anos até sua morte em 1321, ficando a Coroa de Castela regida por Afonso XI, de 10 anos de idade) desembocará em anos de guerra civil, primeiro entre 1312 e 1325, ano em que, com 14 anos, Afonso XI assume formalmente o trono, e posteriormente entre os filhos de Afonso XI, Pedro I eo bastardo Henrique de Trastâmara.

Fernando IV El Emplazado e o século XIII:



Desta forma, durante a primeira metade do século XIV Castela decompom-se, enquanto Portugal, que conta desde 1307 com o irmão de Fernando IV, o Infante Filipe, como Adelantado-Maior do Reino, vai ganhando autonomia. Por um lado, o Infante Felipe aproveita a menoridade de Afonso XI pra ir ampliando enormemente o grau de autonomia institucional, por outro, o poder do municipalismo galego-movimento característico na Europa dos séculos XIV e XV, em frente ao histórico poder medieval da Igreja e dos senhorios feudais-vai ganhando peso frente ao poder do clero, e por último, a alta nobleza galaica, capitaneada pela linhagem de Castro, continua a aprofundar os laços que unam a Galiza com Portugal, e que se resolverá em um dos eventos-na minha opinião-mais apaixoantes da história de Portugal: a reunificação da Galiza e Portugal, durante a segunda metade do século XIV.


Verémolo nos próximos capítulos de "La Coruña de toda a vida", que não sei quando serão publicados porque depois do que escrevi este último mês já me ficou a cabeça quente ...

sábado, 19 de setembro de 2009

PORTUGAL EM CAMPANHA

Quedan só 7 días de campaña en Portugal. Campaña que podedes seguir comodamente a diario nos seguintes medios:

- Expresso.pt: http://aeiou.expresso.pt/portugal-2009

- Publico.pt: http://eleicoes2009.publico.pt/


A última semana estivo marcada, sobre todo, polo debate entre os candidatos do PS, o socialista Jose Socrates, e do PPD/PSD, a conservadora Manuela Ferreira Leite. Tan así foi, que conseguiu incluso que a campaña electoral portuguesa tivera presencia nos medios galegos i españois, cousa que ata hai unha semana se limitaba a algún artigo no Xornal ou Vieiros. As razóns, o TGV e o "Portugal não é uma provinçia da Espanha!".

Se non vos da erro, podedes consultar o debate íntegro en http://videos.sapo.pt. Senón, podedes consultar, en fragmentos, o debate completo en youtube. Neste extracto, dos primeiros 30 minutos, podedes ver a parte máis interesante, sobre a situación económica, o tren de alta velocidade e as arroutadas de Ferreira:






Tras uns primeiros minutos centrados en discutir quen dos dous é máis demócrata, liortas na xustiza ou se as listas son "falsas" ou non (dado que hai dúas eleccións cáseque consecutivas, chámanlle listas falsas a aquelas nas que un candidato o sexa simultaneamente pra ésta e as autarquías), a partir do minuto 5' (economía) e sobre todo do 20' (TGV), a cousa ponse interesante.

O debate económico é un calco do que estamos acostumados a escoitar por outros lares. Ferreira Leite require que "o modelo económico ten que ser alterado, porque a política actual (de Sócrates) ten como resultado o que estamos a ver". Igual que para Rajoy ou Feijoo, a crise económica internacional é responsabilidade de Zapatero, Sócrates e o bipartito, e non das políticas neocon. "Antes da crise -di a lider do PSD- todos os indicadores diziam que a economia de Portugal descende: desemprego, deficit fiscal...".

O actual Primeiro Ministro, Jose Socrates, distingue en cambio dúas fases. "antes de 2007 melhoramos as contas públicas, e Portugal creou emprego. Só em 2007 Portugal cresceu máis que nos 3 anos em que Manuela Ferreira fora Ministra de Finanças". Logo, nunha segunda fase, no contexto da crise económica internacional "respondemos ajudando ás empresas e as familias, e feito máis gasto público, porque é o que se precisa. É também -dicía dirixindose á Ferreira- uma questão de atitude: nós cremos no País, somos positivos, eu nunca vim um pesimista ganhar uma batalha".


Máis o debate económico deu paso á parte máis interesante, e que traspasou fronteiras: a política sobre infraestructuras e o TGV. Tedes unha estupenda análise no blog de ciencias de Andresrdgz, no seu artigo "a intriga do TGV entre España e Portugal".

É un debate que ós galegos non nos debe deixar indiferentes. De gañar o PSD, Manuela Ferreira afirma que "se som Primeira Ministra, suspendo esa medida, con todas as consequençias". A medida son os acordos asinados en novembro de 2003 -cando ela mesma era ministra do governo portugués- con España pra construir catro liñas TGV, unha delas a liña Porto - Vigo, esencial pro desenvolvemento da eurorrexión Galiza-Norte de Portugal. Ese costume dos "golfiños políticos" de botar abaixo as normas asinadas polo seu propio governo en canto chegan a líderes non vos soa de algo? Debe ser unha nova moda entre a dereita...

Neste punto chegamos ó punto álxido do debate, que aconsellamos ver, é un video de só 6 minutos:




Cando Socrates critica os argumentos de Ferreira pra non facer agora os TGVs acordados en 2003 (a conservadora di que hoxe non se pode permitir tal gasto nunha situación de crise, máis o lider do PS recorda que Portugal xa estaba en crise no 2003), Ferreira contraataca atizando os medos atávicos dos portugueses: Portugal leva séculos, dende Aljubarrota e Felipe II, temendo unha asimilación de España. Realmente non poden estar máis enganados: para Madrid, Portugal simplemente non existe. Máis diso eles non son conscientes. Así que, para xustificar o inxustificable, que en 2003 diga que a alta velocidade xera riqueza pro País, e 6 anos despois diga todo o contrario, Manuela Ferreira entra nunha dinámica demagoga e lamentábel: "eu não estou aqui pra defender os intereses dos espanhois, eu non gosto dos espanhois metidos na política portuguesa, PORTUGAL NÃO É UMA PROVINCIA ESPANHOLA". Ata 3 veces o repetíu nun par de minutos.


Pero non todo nesta vida vai ser política. Imos cun pouquiño de humor. Non se vos parece o Socrates a Carlos Blanco no minuto 5:45 "não podes mentir, não podes mentir..."?? :-D Bueno, é igual. Eiqui vos vai outro debate, pero máis cortiño e moito máis divertido. A "entrevista" que lle fan os de Gato Fedorento a Ferreira Leite. Non ten perda:




Non vos preocupedes, tempo teremos de falar de Gato Fedorento e lles adicaremos máis dun post, claro...

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

LA CORUÑA DE TODA LA VIDA (5ª PARTE)

(Vem do capítulo IV)

A paz entre Portugal e Castela não irá durar muito. Entre 1287 e 1291, o recém-nomeado Adelantado Mayor, eo aspirante ao trono do Reino de Portugal, voltam sublevarse contra Sancho IV. De acordo com Emilio González, "moi graves debían ser as causas da revolta de Don Juan, a xulgar polas graves medidas que tomou o rei", que finja perdoar aos sublevados conseguindo atraélos a Alfaro sem a proteção de suas tropas. Dom João é preso, e seu aliado Sr. Lopes e executado. Galiza, capitaneada pelo Adelantado Maior João Afonso de Albuquerque, sublévase contra o rei D. Sancho IV. "A ambición galega tiña estesas raizames, pois as ambicións do Infante de crear en Galicia un reino arredado de Castela coincidía coas aspiracións de moitos señores galegos".

Um dos magnatas da rebelião é o bispo de Lugo, Fernão Peres, que é executado, enquanto que João Afonso de Albuquerque é preso i está prestes a ser decapitado. Finalmente, a rebeldia do Adelantado Maior galego é perdoado-provavelmente, por não provocar o seu fiel aliado, o rei português-, mais Sancho IV solicita então que Portugal não interfira nas querellas de seu reino.

O Rei Dinis eo Rei D. Sancho reúnem-se com tal motivo no ano de 1291 em Ciudad Rodrigo, e como garantia de paz entre ambos os reinos exemplificam a sua aliança com o assinatura do contrato de casamento estratégico da filha do primeiro, dona Constança, que o príncipe herdeiro da Coroa de Castilla, Fernando, que tinha 7 aniños de idade.


CIUDAD RODRIGO:




Em 1292, D. Sancho IV nomeia no cargo de Adelantado Mayor de Portugal a Paio Gómez Chariño, "Pacificador del Reino de Galicia, famoso almirante e insigne poeta en lengua gallega" segundo conta a historiografia espanholista. Mais o certo é que o almirante pontevedrês, fiel aliado, na época, de Afonso X-quem lhe nomeado Almirante Maior em 1284, nos anos da guerra civil de Sancho-, é o mesmo Paio Gómez Chariño que, depois da morte do Rei D. Sancho em 1295, coloca do lado dos Nobles galegos que, em 1296, consegue que o Infante João seja declarado Rei João de Portugal, atingindo a reinstauración do reino galego.

Após a nomeação de Paio Gómez como Adelantado Mayor, em 1293, ocorre o resfriamento definitivo "nas relações luso-castelhanas, com a protecção de D. Dinis a D. João Nunes de Lara ea anulação do contrato de casamento do herdeiro do trono, pelo rei de Castela, em benefício da filha de Filipe, o Belo ".

Dois anos depois, em 1295, morre prematuramente o rei espanhol Sancho IV, obrigando a sua prima i esposa, Maria de Molina, a assumir a primeira de suas duas regência, desta vez durante 7 anos até a maioridade de Fernando IV. Será durante este período que Portugal recupere oficialmente o título de Reino pelo que estava lutando dente 1284.

Morto Sancho, o Infante João-quem já nos últimos dois anos de vida de D. Sancho IV reiniciado pela terceira vez a tentativa de alcançar o trono do reino de Portugal com o apoio do deposto Adelantado Maior João Afonso de Albuquerque, atacando Badajoz e outras vilas extremeña - declara-se legítimo herdeiro da Coroa de Castela, Leão e Galiza (lembre-se que Sancho tinha feito o mesmo à morte de seu irmão mais velho), argumentando que Fernando IV era "deslexitimizado pola ilegalidade do matrimonio do seu pai, Sancho IV, pois María de Molina, a súa muller, éralle tamén prima". Dom João "encontrou-se em A Guarda (Portugal) com o rei D. Dinis, para que ele reconhecer os seus direitos... 'e el Rey de Portugal ovó su consejo, e respondiole que fallaba por su corte que el derecho... suyo era... e luego envió sus cartas a cada concejo del reino de León... e que les aconsejaba tomasen por Rey al Infante Don Juan" (Crónica del Rey Fernando IV).

Sé, Guarda, Portugal. Fonte: http://www.panoramio.com/photo/5777617


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Um inciso muito breve. De tudo o que estamos a contar, para a historiografia nacionalista espanhola não existiu nada e conta apenas o que lhe interessa. Isto se di na wikipedia em espanhol do Infante D. João, irmão de D. Sancho e futuro rei de Portugal. "Al morir Alfonso X y ser proclamado rey el infante rebelde, con el nombre de Sancho IV, Juan le reconoció como tal". 13 anos de lutas "fraternas" resumidas em uma frase "fraternal". E sobre o futuro nomeação de D. João como Rei de Portugal, em 1296, a seguinte linha "encriptada": "Al quedar libre el infante Juan... se unió a otros descontentos, para luchar contra la reina regente... La vida del infante Juan estuvo marcada desde entonces hasta su muerte... por las conspiraciones contra la corte de su cuñada María de Molina, bien para hacer valer los derechos de otros miembros de la familia real al trono, o bien defendiendo los de su esposa al Señorío de Vizcaya". Chim-pum.
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A Castela dirigida agora pela rainha regente Maria de Molina se encontra em uma grave encruzilhada: o aspirante ao trono D. João conta com o apoio do Rei de Portugal e também com o apoio militar do rei mouro de Granada, enquanto a situação interna da Coroa, com abertas a confrontos entre as classes nobres e os representantes das vilas, deixa a Castela à beira da guerra civil. Maria de Molina suprime então as Cortes, nomeia regente do irmão de Afonso X, o infante D. Henrique (tio do aspirante ao trono galego D. João), e negocia com o rei português: em 1295, ocorre o "compromisso de Maria de Molina e do tutor do herdeiro de Castela para a entrega de Moura, Serpa, Arocha e Aracena a Portugal, em troca da neutralidade de D. Dinis em relação ao conflito criado com a sucessão de D. Sancho IV.

Os pactos, nesta época medieval, caracterizada pelas lutas fraticidas e traições, duram pouco tempo.

É então que se produzirá um dos fatos mais nomeados da história medieval galega. O regente D. Henrique participa de Ciudad Rodrigo, quartel-general do Infante D. João, a entrevistarse que o seu sobrinho. Dom Henrique pede que renuncie à Coroa de Castela em troca de lugares e fortalezas em que exercer o seu senhorio. Em presença de Dom João e Dom Henrique, o Adelantado Mayor de Portugal, Paio Gómez Chariño, principal Provedor da causa do aspirante ao trono, é assassinado às mãos de um parente, Rui Peres Tenorio, do séquito do regente D. Henrique.

"Estando un día fablando el infante Don Enrique y el infante Don Juan en la dehesa de Ciudad Rodrigo, estando Gómez Chariño apartado, llego a él un caballero que decía Ruy Pérez Tenorio, e diole con un cuchillo en el medio del corazón, e cayó luego de su caballo en que estaba muerto a tierra, e luego fuyó ese caballero para Portugal; e cuando lo supo el infante Don Juan... fuese en pos de este Ruy Pérez e alcanzole e matole".

(Crónica del Rey D. Fernando IV, cap. I)

sepultura de Paio Gómez no convento de São Francisco, Pontevedra.
Fonte: http://gl.wikipedia.org/wiki/Pai_Gà ³ mez_Charià ± o


A morte de Paio Gómez Chariño foi um assassinato político que quebrou as alianças de Dom João, pois lhe devia ao Adelantado Mayor de Portugal a lealdade de Salamanca e Zamora, principais cidades do Reino de León. Don João abandona pois, a sua rebeldia, e "acataba a autoridade do seu sobriño Don Fernando, o rei-neno, como Rei de Castela".


Mais quando tudo parece resolvido aos interesses de Castela, a história de um novo giro de 180 graus em 1296. Há 5 anos que o Rei Dinis eo falecido Sancho IV acordar o casamento de Fernando IV de Castela com a princesa portuguesa Constança, eo compromisso dista muito de ser respeitado. O rei Dom Denis eo Infante D. João, por um lado, eo rei D. Afonso IV de Aragão e os Infantes de la Cerda, por outro, concerto umas capitulação repartindose vários reinos dos que integram a Coroa de Castela.

"Entraban naquel acordo os reis de Franza, Portugal, Aragón e Granada. O primeiro acto dos coaligados foi coroar ao infante Don Xoán, Rei de Galiza, León e Sevilla".

"Grandeza e decadência do Reino da Galiza, Emilio González López.


Corria o ano de 1296. Depois de 66 anos, reinstaurábase o Reino da Galiza.

terça-feira, 15 de setembro de 2009

MÁIS CHULOS QUE UM OITO

Os Governadores dos Bancos Centrais Shirakawa (Japão), Trichet (Europa) e Bernanke (USA), em Lake Jackson no dia 21 de agosto de 2009
Fonte: http://newshopper.sulekha.com


Os responsáveis há um ano das políticas econômicas americanas, a Europa eo Japão continuam sorrindo um ano depois. Hoje cumprem o cabodano da quiebra de Lehman Brothers, o centenário banco de investimento norte-americano, evento que ocupará um lugar de destaque no estudo da economia e do capitalismo. A sua queda eo pânico que desatou colocou-se as enormes falhas de um sistema que, fruto de seu sucesso, creuse invencível. Um sistema cada vez menos baseado no crescimento produtivo e sosteníbel, e cada vez mais centrado na especulação financeira e na crença de que "o sistema autorregúlase, o mercado nunca se equivoca e os controles são prejudiciais".

O evento foi um mal necessário: pôs a todos os governos a funcionar, com medidas totalmente heterodoxas para o pensamento econômico dominante até então: nacionalizações bancárias, intervenção dos governos, taxas de juro a 0% e "expansão quantitativa" da oferta monetária (isto é , dar-lhe a máquina de fazer bilhetes sem preocupar-por enquanto-pela inflação que possa gerar). Com isso, deu um papel relevante ao keynesianismo pela primeira vez em mais de 30 anos. E não só no econômico supuso uma revolução: levou para o primeiro cidadão afro-americano à presidência do país, derrubou o governo conservador no poder no Japão por mais de 50 anos, pôs de manifesto que países emergentes como China e Brasil são potências dominantes neste século XXI e fez com que governos "de direita", como o francês e alemão, entre outros, é aprovada medidas econômicas "de esquerda", como subidas de impostos ou expansão do gasto público para compensar a queda da demanda.

Ocorre o mesmo em todo o mundo?

Não!

"Galiza no mundo". Fonte: http://thetranslatorscafe.wordpress.com


Uma pequena "aldeia" no confim da Europa resistem a acompanhar o ritmo da História, muda um governo progressista que está centrado no desenvolvimento sustentável (Lei dos 500m, energia eólica portuguesa, proibir aberrações em Touriño, etc.) por um governo que assegurava ser capaz de acabar com a crise mundial em 100 dias, graças à sua austeridade (redução do gasto público, que é justamente o contrário do que recomendam os Nobel Krugman e Stiglitz, e aplicam os governos norte-americano, alemão, francês, espanhol, chinês, brasileiro ....). Austeridade que mostrou ser equivalente a tirar-lhe os livros gratuitos aos jovens para dar subsídios aos colégios de pagamento do Opus Dei, e vender o concessionário da Audi do governo Fraga-Feijóo para, com as rendas, pagar-lhe favores ao meio de comunicação que fez possível a sua volta a São Caetano.

Mas não vos estranhe. Se alguma coisa caracteriza o seu pensamento pátria (espanhol, claro) perante a crise é serem "mais chulos que um oito". Não há mais que botarlle uma olhada ao comportamento do Ibex 35 a partir da quiebra de Lehman Brothers, até hoje:

Ibex vs. Dow Jones comparativa a 1 ano. Fonte: www.invertia.com

Ao cair Lehman Brothers, o Ibex estava em 11.000 pontos, quase os mesmos (10.900) que o índice Dow Jones, representativo da economia americana. Hoje, depois do enorme susto, o Ibex já supera em quase 500 pontos aquele nível, enquanto o principal índice internacional ainda vai-na lentamente recuperação-pelos 9.600 pontos. Por ahi fora andam a pensar "brotos verdes sim, mas ... vai a modinho, ho!". Em Espanha não. Como sabeis, a Espanha atravessa uma situação envidiabel: desemprego socialmente sustentável, sistema financeiro transparente e sem armadilhas contabilísticas, e situação política de cooperação entre governo e oposição excelente.

Ámen.