sexta-feira, 26 de novembro de 2010

ANXO, E ATÉ MÁIS

O pasado luns 22, ás 3 e 10 da manhá, nasceu Anxo.


Com o voso permisso, quero desfrutar del os proximos meses. Alemdominho voltará -seguro que com renovada força e optimismo- dentro duns meses. Até entón, até máis. Não deixem de crer num futuro melhor para os nossos filhos, em galego.

domingo, 31 de outubro de 2010

DILMA PRESIDENTE DO BRASIL


Com o 97% dos votos apurados fica confirmado: Dilma Rousseff sucessora de Lula, primeira mulher presidente do Brasil com o 55% dos votos.

Assim a maior economía e de maior crescimento da última década na América Latina continuará a ser dirigida pelas mesmas medidas económicas de esquerdas do governo do PT de Lula da Silva.

Parabens.


Fonte da ilustração: http://oglobo.globo.com/pais/eleicoes2010/apuracao/

domingo, 19 de setembro de 2010

O PRIMEIRO LIDER DO SÉCULO XXI

Pois não, não é Obama. Os próximos anos muito nos imos acordar do que conseguiu este operário, filho de camponeses e representante sindical que chegou a presidente do Brasil entre a comoção neoliberal e dos mercados financeiros internacionais, para ser reconhecido unanimemente apenas oito anos depois como o líder mundial mais influente dos últimos anos .

Mas o maior sucesso de Lula da Silva é outro. Lula é um símbolo de que a política também pode ser honesta, algo muito significativo face ao descrédito que vive a classe dirigente.




Esta entrevista há alguns meses em uma televisão brasileira mostra uma pessoa que dirigiu um país durante oito anos quebrar a chorar porque uma recepção com 'moradores de rua ' o que lhe respostaram quando lhes perguntou que lhes queria pedir ao presidente foi 'Não queremos reivindicar nada, a maior conquista nossa é o fato de estar dentro do palácio, coisa que nos jamais pensar entrar.

O 3 de outubro será realizada a primeira rodada das eleições no Brasil, e Lula da Silva deixará de ser presidente o 1 de janeiro. Esperamos que no futuro continue a trabalhar por alguma causa noble para a humanidade, porque não podemos perder um homem assim.

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Você pode ficar ao dia das eleições brasileiras em http://eleicoes.uol.com.br/ e os principais jornais brasileiros.

terça-feira, 7 de setembro de 2010

GALICIA É O GALEGO

Apoiamos o texto deste manifesto em favor dos meios de comunicação em galego na Galiza:


Un país é o que fala. Galicia é o Galego. Ninguén pode matar unha lingua. Pero é moi fácil deixala morrer de inanición e abandono. Todos somos responsables de que a nosa lingua reciba a xustiza que merece e as oportunidades que se lle negaron na historia. Que haxa medios en galego importa. Resulta imprescindible para que a nosa lingua viva e medre con futuro. Apoiar ós medios en galego é axudarnos a nós mesmos e o que somos. Resulta cínico e irreal esperar que anos de intervención do mercado a favor do castelán vaian corrixirse sos. Alguén ten que facelo e ten que facelo agora.

Ningunha administración pública deste país pode declararse allea ou ausente cando pechan un trás doutro os xa poucos medios que apostaban pola nosa lingua. Ningunha administración pública pode dicir, sen faltar á verdade, que fixo todo o que podía facer, ou que non hai recursos porque estamos en crise. Demandamos do goberno que poña a vontade política e os recursos que non dubida en poñer para axudar a outros sectores ou medios que non o precisan tanto. Demandamos das administracións públicas que tome a decisión de axudar ós medios en galego porque é xusto, porque o merecen e porque se lles debe.

Ningún lector ou espectador deste país pode tampouco declararse alleo ou ausente cando pechan un trás outro os medios que se fan na nosa lingua. Os únicos que realmente poden garantir o futuro de calquera medio son os lectores, as audiencias e os anunciantes. Algo falla nun país onde tanta xente se declara amante da súa lingua ou tantas empresas utilizan a galeguidade para posicionarse nos mercados, pero logo non hai nin lectores nin anunciantes para os medios que se fan en galego. A desaparición dos medios no noso idioma non é un problema nin unha responsabilidade da administración, é un problema e unha responsabilidade de todos.


Podem assinar aqui: www.osmediosengalegoimportan.com

Agradecer a divulgação do manifesto na rede.

(Vía Brétemas)

terça-feira, 17 de agosto de 2010

AO LONGE O MAR

Seguimos entretendo o Verão com música na nossa língua.



Exagero se eu digo que me parece uma das músicas emotivas que conheço, em qualquer estilo i em qualquer língua? Acho que não.

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

A LÍNGUA DE NOSSOS MAIORES

Ja estão na internet duas novas colaborações de conversas galegas e nosquedaportugal para eufalo.tv.

Carmucha, muinheira de Loira (Seixo - Marín), contando como mudou nosso país desde sua infáncia.




E neste outro, Lola, Lilas e Raimundo comentam seu parecer sobre a saúde do galego.




Não deixem de ouvir o que comentam do Hino Galego na escola durante o franquismo. Aquele homem, Román Pintos, havía que lhe fazer um monumento no Seixo...

domingo, 4 de julho de 2010

MARCHA LENTA ATÉ SETEMBRO

Internet é um esporte de inverno. Talvez não tanto, mas não se dá muito bem o vrao.

Eu depois de mais de um ano seguido também vou pedindo uma paradinha, assim que durante um par de meses não publicar, ou no máximo talvez não mais do que para fazer algum apontamento interessante.

Como por exemplo, no artigo de hoje em Xornal no que o pai de Manu Chao diz: "É curioso, entrei na Rádio France porque falava galego. Num anúncio pediam um colaborador que soubesse espanhol, português e música, para ser ilustrador sonoro das emissões. Ao falar bem o galego disse que era português, e entrei sem problemas".

Parece muito a minha história pessoal que já contei aqui, e que espera, com coisas como esta, vaiamos perdendo o nosso habitual complexo de inferioridade.

Até Setembro.

quinta-feira, 1 de julho de 2010

CONVERSA CON VALENTIM FAGIM (2)

(Segunda parte da nosa conversa có presidente da AGAL. Podes ler a primeira parte da entrevista premendo aqui)

CARVALHO CALERO

C: 2010 é o centenario do nacemento do primeiro Catedrático de Língua e Literatura galegas. Era este ó ano idóneo no que lle tiña que ser concedida á súa figura o Día das Letras Galegas?

F: Sem dúvida, sim.

C: E a que atribúes a negativa da Real Academia Galega?

F: Segundo Ferrín porque havia vinte pessoas mais para esse posto (risos). Nom sei se lestes umha entrevista que lhe fizérom em Tempos Novos, fizérom-lhe essa pergunta e ele comentava que como Carvalho Calero havia vinte mais. Segundo Ferrín é por isso, porque nom destaca bastante. Essa é a resposta oficial (risos).

C: E ti que pensas realmente por que é...

F: (risos) Nom, o que acontece é que é mui incómodo para eles. Ai tem que primar a valentia ou a covardia, e eu penso que primou a covardia. É dizer, 'como fazemos para dedicar um ano a umha pessoa que questiona o que nós defendemos?'. Mas a valentia precisamente é isso, ser capaz de dedicar um ano a essa pessoa, isso seria espetacular, falaria mui bem deles. Mas claro, isso nom todo o mundo é capaz de fazê-lo.

C: E que actividades estades a desenvolver vós para reivindicar a figura de Carvalho?

F: Entre vários coletivos criamos um site (carvalhocalero2010.net) onde estám os áudios, os videos, um par de entrevistas, um debate que saiu na TVG no ano 87 que é mui recomendável, um debate entre ele e Constantino Garcia que é espectacular. Tendes que vê-lo, porque ai vê-se realmente qual é a visom que cada um tem da lingua e até onde podemos chegar com cada umha dessas visons.




Na AGAL estamos fazendo um projeto com o site komunikando, de música em galego. Um concurso que se vai chamar 'musicar Carvalho Calero', e que se trata de que os grupos apanhem um poema de Carvalho, ou um áudio e o transformem num sampler e fagam umha música. O dia 30 de outubro, que é o aniversário do seu nascimento, daremos a conhecer os ganhadores. É umha forma de demostrar que Carvalho Calero era umha pessoa moderna na sua ideia do galego no mundo, entom fazer o mesmo com a música.

E temos também umha campanha surpresa, mas como é surpresa, nom podemos comentar mais...


O ENSINO DE PORTUGUÉS NA GALIZA

C: Esta pregunta case cha tiña que ter feito ó principio da conversa, pero bueno, velai vai:
'galego e portugués son a mesma lingua?'.

F: De um ponto de vista social se galego e português fossem a mesma língua, a AGAL nom teria sentido que existisse. E se galego e castelhano fossem línguas diferentes, as equipas de normalizaçom lingüística nom teriam nengum sentido. Entom, a AGAL e as equipas de normalizaçom lingüística existem porque na Galiza há um conflito: que a nossa língua está sendo substituída polo castelhano, isto é um facto, e está-se misturando cada vez mais com o castelhano.

Por isso, de um ponto de vista social, galego e português nom som a mesma língua, por isso existe a AGAL, e o galego é um dialeto social do castelhano, por isso existem as equipas de normalizaçom, e a Mesa, etc.

E nós pensamos que isso é mau. É dizer, o facto de que a identidade da nossa língua esteja em questom é mau. E o facto de que as variedades do Portugal, do Brasil e de Angola sejam estrangeiras para nós, nom lhe vejo nengum tipo de beneficio. Se alguem mo pode explicar... Eu levo vinte anos lendo sobre isto, e ainda nom atopei umha razom pola qual para um galego é bom que o português seja umha língua estrangeira, que os brasileiros falem umha língua estrangeira.

C: Como explicas que despois de 30 anos de autonomía sigamos sen ensino obrigatorio de portugués?

F: É mais, como explicas que numa palestra que fizem há pouco numa faculdade, para uns 100 rapazes de 20 - 25 anos, onde preguntei "quantos de vós tivestedes um professor ou professora que vos mostrasse que graças ao galego chegades ao português?", só onze pessoas levantassem a mao. Isso é patético. Ai há umha responsabilidade global, dos professores de galego mas também das pessoas que decidem os planos de estudo. Mesmo que defendam que som línguas diferentes, pois bem, que o defendam. Mas nom feches essa porta às pessoas.

Na Galiza temos umha vantagem competitiva, e parece como que se esconde. Ja nom é questom de que nom tenhamos ensino de português, que já é incrível, mas é que a geraçons e geraçons de estudantes nom se mostra que graças ao galego podem chegar ao português.

C: Eu nom me decatei realmente ata que me pasou o que comentei no blog, e que vós publicastes despois no PGL, cando fun primeiro a unha entrevista de traballo en Luxemburgo e logo quixen estudar portugués en Madrid. Entón pensei... manda carallo!! Está un banco español gastándose moreas de cartos para que os seus directivos estuden portugués, e a min dinme "tú no, que xa sabes de máis". I eu nunca estudara portugués!!

D: Enlazando unha cousa coa outra, ainda que defendas que son linguas diferentes, non peches a esa perspectiva. É o que se fai en Luxemburgo, para eles son línguas diferentes luxemburgués e alemán, pero estudan ambas.

C: Eu polo que falei con eles, os luxemburgueses teñen claro que son "a mesma lingua". Entre comillas porque cada unha ten a sua normativa e tal. Pero teñen unha visión do tema que moitas veces lle comento á xente cando falamos de reintegracionismo: tampouco pensemos, sobre todo os reintegracionistas, que aínda que ó final a xente se acabe concienciando de que temos un idioma de 300 millóns de falantes no mundo, sabendo iso digamos
"e ainda así, prefiro manter para o galego a norma oficial". Que é o que fan en Luxemburgo. Por iso a loita do reintegracionismo, penso eu, non debe estar nesta ou noutra norma, senón en abrir a xente á perspectiva internacional da nosa lingua.

F: Ai está.

C: En Luxemburgo son plenamente conscientes de que a súa língua é o alemán tras unha serie de alteracións históricas. Pero sendo un país independente reivindican ter a súa propia norma como para dicir "este é o noso idioma". Pero eso si, non teñen xornais en luxemburgués, porque non ten sentido. Ninguén vai financiar un medio que vai chegar a cen mil persoas, cando esas mesmas persoas xa son plenamente competentes en alemán. Alí a xente lé os xornais alemáns, simplemente.


Caralladas dando a brasa. Que o entrevistado é Fagim, contra!!
Fonte propia.


Entón aqui podemos chegar á conclusión de decir "reivindicamos que temos unha norma galega, distinta da portuguesa"; ou o contrario, que son a mesma, iso que o decida a sociedade. Pero o que non pode ser é que os galegos non coñezamos a norma portuguesa, que nos vai abrir moitas máis portas que o galego oficial.

F: Sim, é como dizedes vós. É dizer, apesar de que os nossos argumentos eu penso que som mui bons, mesmo assim é certo que há pessoas que nom querem, que dizem 'sim, o português é mui útil, mas eu quero umha língua só para os galegos'. A mim isso parece-me legítimo. Ora bem, imos buscar a forma de que os que nom temos esse esquema podamos estar cómodos. Eu nom vejo a necessidade de que desapareça o galego ILG, porque é certo que contenta umha parte da povoaçom galega.

D: Hai moreas de sistemas lingüísticos e gráficos no mundo onde para esas línguas se empregan paralelamente varios sistemas, e incluso varios alfabetos. Por exemplo o tártaro, as linguas túrquicas, os diferentes sistemas de escritura que teñen no chinés, no xaponés, etc. Non deberia haber problema en recoñecer por exemplo a normativa ILG como o 'galego popular', por exemplo.

F: Sim, eu penso que isso hoje em dia nom seria complicado de fazer. O tema é meter o português a um nível paralelo, para que tenha um reconhecimento oficial na Galiza. Isso é o mais complicado, mas fazendo isso, ganhávamos todos.


NOSQUEDAPORTUGAL

C: Como sabes, o meu blog -entre outros temas- trata un pouco de abrir os galegos ó universo lusófono, principalmente Portugal e Brasil. Entón sempre inclúo algunhas preguntas sobre Portugal e Brasil nas conversas, aínda que neste caso son máis acaídas que nunca.
Entón... qué significou Portugal na vida de Valentim Fagim?

F: Como a quase todos nós, o que nos chama a atençom de Portugal é que é um sítio onde a nossa língua é normal. É o facto de estar num café, e pedir "um copo de leite morno" e nom ter que escuitar "y morno qué es eso?". Ou os livros, o tema dos livros é fascinante. Vás a qualquer livraria à procura dum autor estrangeiro na tua língua e tés cinco, procuras na Galiza e nom há.

Portugal é Galiza com êxito. No fundo é isso.

C: E que referentes da cultura portuguesa nos podes aconsellar? En calquer campo, literatura, cinema...


F: Bom, eu certamente som mais pro-brasileiro. Portugal está ai ao lado e permite um trato humano, mas o que realmente me fascina é Brasil

C: Xusto Brasil ía ser a seguinte pregunta, así que podes dicir o mesmo pero do Brasil
.

F: Eu do Brasil recomendaria evidentemente a música. Recomendaria um site, cotonete, um site tipo spotify onde ti crias a tua própria radio. Vás alí e pos 'Os Mutantes', que é um dos grupos brasileiros de que mais gosto. Entom o site crea umha emissora onde saem músicas parecidas. Eu recomendo para descobrir a imensa riqueza da música brasileira.

C: Brasil é algo ó que hoxe temos aceso grazas ás novas tecnoloxías...


F: Um dos últimos sócios que fizemos para a AGAL chama-se Jesus e tem 24 anos. Com ele vás vendo como vai mudando o esquema, porque lhe pregunto que música escuita, e mete-me aí 20 grupos brasileiros que eu alguns deles nem os conheço. Se um rapaz de 24 anos já está ainda mas à última que eu, que já estou à 'super-última', diz tu caralho!!

Graças à internet, as fronteiras caem, e o mundo fai-se muito mais pequeno. E podes ter amigos alá sem os ter diante. Mas comunicas, isso é o realmente importante. Duas variantes som umha mesma língua se pode haver comunicaçom. O galego e o português vam ser a mesma língua quando os galegos comuniquemos com certo hábito com portugueses e com brasileiros.


ACTUALIDADE

C: Moi ben, pois chegamos á última parte, e esta si é a máis política de todas...


F: Mui bem! (risos)

C: Como ves a batalla contra a lingua do goberno actual?

F: As línguas ou som umha oportunidade, ou som umha ameaça. E para este governo, o galego é umha ameaça. Este governo vê o facto de termos duas línguas como algo negativo, nom como algo positivo. Eu penso que Fraga nom era muito diferente, mas Fraga era mais inteligente e dissimulava um pouco mais. Hoje dissimula-se menos, e mesmo o governo Feijoo sente que tem mais apoio social para isso.

Realmente é umha imensa lástima, porque é o que falávamos antes: a nossa vantagem competitiva, o único que nos fai diferentes, já nom dum tipo de Múrcia, mas dum tipo de Portugal ou da Holanda, é isso: que sabemos espanhol, e temos o português a umha distância mui pequena. O lógico seria que o governo reduzisse essa distáncia, mas nesse sentido nom fai absolutamente nada, e por cima vai tirando todos os avanços que havia. Estám tentando tornar o galego nalgo inútil. E o inútil deixa de existir.

C: E cres que o galego está mellor ou peor que hai trinta anos?

F: A resposta é a típica. Qualitativamente melhor, quantitativamente muito pior. O tema é se umha cousa compensa a outra. Hoje em dia de cada 100 nenos que nascem, pode andar por volta de 10 que som educados em galego. Isso é moi pouco. Vivemos numa pequena fantasia, há muitos velhos que falam galego, mas de aqui a quarenta anos esses que nascem agora som 10%, pode que menos inclusive, porque podem perdê-lo ao longo da sua vida.

Entom, com cifras assim, nom dá.

Agora bem, se essa comunidade galego-falante fosse coesa, e fosse poderosa, e com o tema do português poderia ser poderosa, entom ai haveria algum tipo de esperança.

Dito doutro jeito: se conseguimos um esquema onde ser bilíngue espanhol-português fosse umha vantagem social, entom temos hipóteses. Se aos galegofalantes começa a lhes ir bem por conhecer o português, e chega o dia em que ser monolíngue em espanhol seja visto como algo pobre, se conseguimos isso teremos avançado bastante. Mas hoje em dia é ao revés, hoje em dia ser bilíngue é um problema.

Temos que lhe dar volta a isso.

C: E que medidas podemos tomar, todos, non só os gobernos, mais a pé de rúa, para revitalizar o galego?

F: Essa pregunta é super ampla. Pensando nos galegofalantes, eu o que lhes comentaria é tentade criar redes sociais que nos reforcem e nos apoiemos uns aos outros. Redes sociais de todo o tipo: lúdicas, profissionais, etc. Por exemplo, sei que a Mesa está a trabalhar num projeto duma lista de empresas que usam o galego. Eu por exemplo vivo em Santiago, e corto o cabelo cada mês e meio. Há umha moreia de sitios onde cortar o cabelo, mas eu sei que há um que tem todo em galego, chama-se Anil e entom eu vou a essa gente. Isso é rede social. Essa gente fica-me um pouco longe, a quinze minutos de aqui, e tenho outros sítios onde ir a dous minutos, mas tenhem todo em castelhano.

Temos que reforzar-nos uns aos outros, é quase como o movimento gai ou os judeus. Reforçar-se, criar lobby. Vistedes 'Milk', umha película dum activista gai que tem um dia umha ideia: vai a todas as tendas de um bairro de Sam Francisco e pregunta "nesta tenda ides tratar bem os gais?", e fai umha lista com os responde afirmativamente, e umha outra cos que nom. E vai onde os gais e di-lhes "esta é a lista boa". Em 5 anos as tendas que nom tratam bem os gais vam fechando, e as que sim, sobem.

Com o galego temos que fazer igual. O facto de que umha empresa queira usar o galego hoje tem um certo risco. A gente nom quer arriscar, ou nom quer aparecer como nacionalista. Entom a comunidade galegofalante temos que apoiar isso. E a forma de apoiar é saber que empresas e autónomos usam o galego em cada cidade. É algo super simples de fazer e é super poderoso.

GalegoLab. Fonte: galegolab.org


E aqui meto unha cuña publicitaria: graças a idea de Valentim Fagim propuxen en GalegoLab a idea 'selo de calidade GalegoLab', para ir elaborando unha lista de comercios e empresas que utilicen o galego con normalidade. Empresas ou comercios que destacan polo seu uso habitual da língua, creándose un 'selo de calidade GalegoLab' que se colocaría á entrada dos establecementos correspondentes como recoñecemento á súa colaboración, cos obxectivos de potenciar o uso do galego a nivel empresarial e comercial; que os que defendemos o galego teñamos un 'selo de garantía' recoñecido por todos dos comercios e empresas que usan o galego con normalidade, de xeito que poidamos discriminar positivamente aqueles que o fan; para os comercios sería un xeito de potenciar positivamente a súa imaxe entre os consumidores; e a visualización do selo á entrada do comercio facilitaría ao usuario o recoñecemento de xeito inmediato.

Se vos gusta a idea, dádevos de alta en GalegoLab e colaborade cós nosos proxectos.


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E ata aqui chegou a nosa conversa con Valentim. Nin sequera houbo unha despedida formal da nosa conversa porque, apagada a gravadora, continuamos a desfrutar da nosa charla e do chá ó que nos convidou.

Moitas grazas Valentim, e serva esta conversa como ponte para todos os que defendemos a nosa língua, "seja na norma que sexa".

segunda-feira, 28 de junho de 2010

CONVERSA CON VALENTIM FAGIM

O pasado 25 de xuño celebramos o primeiro aniversario dos blogs Alemdominho e Nosquedaportugal, blogs que pretenden axudar ao coñecemento mutuo de Galiza e a lusofonía, coa filosofía de que o noso futuro económico e a nosa língua e cultura propias pasan por aproveitar a emerxencia de Brasil e o novo marco que -na Eurorrexión da Europa sen fronteiras- conformamos có Norte de Portugal.

Para celebrar este primeiro aniversario, parecíanos xa imprescindible abordar o, probablemente, tema máis espiñento de todos os relacionados có galeguismo e a súa abertura ó exterior, e que tamén é o que máis sentimentos enfrontados xenera: o reintegracionismo lingüístico. E que mellor xeito de facelo, entendemos, que mediante unha conversa có principal representante do reintegracionismo: Valentim Fagim.

Valentim Fagim para Nosquedaportugal
Fonte propia.

Valentim Fagim (9 xullo 1971, Vigo) é licenciado en Filoloxía Galego-Portuguesa, diplomado en Historia e de 2001 a 2009 exerce de profesor de portugués na Escola de Idiomas de Ourense. Membro desde 2008 da Academia Galega da Língua Portuguesa, AGLP, e desde o ano 2009 é presidente da Associaçom Galega da Língua, AGAL.

Valentim tivo a xentileza de nos convidar a Caralladas -nosquedaportugal- e máis a Diego -Conversas Galegas- a un chá no seu domicilio en Santiago de paso que celebrabamos a conversa que pasamos a compartir con todos vós. Conversa que agardo sirva para tender pontes entre todos os que, pensando de xeitos diferentes (reintegracionistas, isolacionistas, galeguistas, independentistas, de esquerdas, de dereitas ou que non saben de que van), loitamos por unha mesma meta -a normalización da nosa língua no noso país- e deberiamos comezar a entendernos e remar pola nosa língua todos na mesma dirección dunha santa vez.

Amén.


(nota: tentei reproducir as verbas de Valentim nunha normativa que non domino. Desculpas polos erros. E que desfrutedes da conversa)


UM POUCO DE HISTÓRIA...

Caralladas: Nos anos 80 adoptouse a actual normativa da língua fronte a reintegracionista. Como foi aquela 'batalla'?


Fagim: Essa é umha parte da história que nom se conhece muito. No ano 80 a pré-Xunta encomendou a umha equipa, com Carvalho Calero de coordenador, fazer umha normativa para o galego. Em breve o galego ia entrar no ensino, na administraçom, e fazia falta umha norma. Carvalho Calero organizou umha equipa onde havia gente de todos os ámbitos, reintegracionistas, ILG, etc.

Fizérom umha norma bastante elástica, no sentido de que podias usar ao/ó, ble/bel, ou aceptava as duas formas de acentuaçom (portuguesa e espanhola), o qual do ponto de vista prático podia ser um pouco caótico, mas o realmente interessante era a vontade de somar. Infelizmente houvo movimentos do ILG por detrás. Dous anos depois aprova-se umha norma que foi a oficial em que a proposta pola equipa de Carvalho Calero nom se tivo em conta.

O interessante é que se umha pessoa externa apanha as duas normas nom som moi diferentes, o diferente é a filosofia. Por exemplo, conserva-se algum manual escolar com a norma de Carvalho Calero, e na página 16 aparece um mapa 'a nosa língua no mundo' onde aparece o Brasil, Portugal, Angola, etc. Nos manuais escolares que se fam a partir do ano 83, a nossa língua no mundo já sabedes qual é...

C: ...chega ata Tui e grazas...

F: as quatro provincias e ponto. A diferença nom era tanto umha questom técnica como 'a onde se queria chegar'.

C: E onde estaba Valentim Fagim daquela?

F: (risos) Eu tinha 12 anos ainda!! Eu depois lim muito sobre o tema, mas esse é o problema, que nom se conhece. Porque isso é história, e a história nom a podes apagar. Se a gente conhecesse essa parte da história seria um bocado mais equánime.

C: Había daquela algún tipo de organización do que é hoxe chamado 'reintegracionismo'?

F: O mesmo ano que nasce o galego oficial atual nasce a AGAL, um bocado antes, em 1981. Eram um grupo bastante heterogéneo, o problema é sempre um problema de 'velocidades', a que velocidade temos que ir, os que defendiam usar já a ortografia portuguesa, os que nom, etc.

C: E visto con perspectiva, ano 2010 cara atrás, pensas que a estratexia adoptada daquela polo reintegracionismo lingüístico foi a mellor que se puido ter feita? Terias mudado algo para acadar unha norma máis de consenso?


F: Estas pessoas amavam o que estavam fazendo, no ano 80 essa norma era a norma que ia ser, e de súbito "por surpresa" há um pacto entre Alianza Popular e umha instituçom também a priori galeguista. Há que por-se na sua mente, a sensaçom de frustraçom que devêrom ter. Os anos 80 fôrom anos mui duros, mui tensos. Hoje podemos dizer 'cometêrom o erro de serem mui filológicos', mas é um pouco injusto. Hà que estar na época, penso que todos teríamos agido coma eles.

Ainda no ano 89, para que vejades como estava o tema, um grupo de pessoas consegue a assinatura de quase todos os professores de língua galega pedindo umha mudança da normativa. Já levava seis anos funcionando a norma atual, a ILG-RAG, e mesmo havia a bastante constestaçom social para que os 70% dos docentes digéssem que essa norma nom valia. Evidentemente isso foi caindo, o movimento galeguista no fundo é fraco, e moita gente do reintegracionismo foi-se passando, e tampouco tem muito sentido criticar isso, era inevitável.


O REINTEGRACIONISMO HOXE

C: Que estratexias estades a aplicar hoxendía de cara a ser mellor entendidos na sociedade?



F: Fazendo umha crítica do passado, penso que fomos demasiado filológicos, e pretendíamos que toda a sociedade fosse filóloga, e nom tem sentido. Toda a sociedade nom pode ser nem filóloga, nem economista, mesmo agora com a crise que há, a imensa maioria de gente...

C: Si, dimo a min... por exemplo, o de Alemaña recortando gasto público é unha barbaridade. Dino premios Nóbel como Krugman, Stiglitz, Roubini... Pero facerlle entender iso á xente é difícil. Entón, aplicado a este tema, comentabas antes que desde o punto de vista filolóxico a norma oficial do galego é unha barbaridade, pero facerllo entender á xente é moi complicado.

F: Está claro. Mais do que umha barbaridade... se te paras a analisar e buscar contradiçons, encontras cinquenta mil. Mas, com esse discurso... a quem chegas? Chegas a nacionalistas, e nom todos...

C: Nalgún sitio lin o tema de que non ten sentido poñer 'guerra' con u.


F: Há tés um bom exemplo.

C: Mais en portugués escríbese tamén guerra...


F: Mas em português tem sentido, porque umha palavra como geral é com g, entom para nom pronunciar 'gerra' vai com u, guerra. E em espanhol igual, tés general, e escreves guerra com u porque senom pronunciarias 'gerra'. Mas em galego oficial nom tem sentido porque o g nom vale para esse som.

É um exemplo que comentas a qualquer um pola rua e di-che "pois nunca o pensara". Argumentos coma esse há cinquenta mil, mas insisto, nom podes fazer de todos os galegos filólogos.

Entom, como podemos chegar? Depende da gente. Como podemos chegar em Vigo, por exemplo, ou na Corunha? Eu penso que polo tema utilitário. Co tema identitário nom chegas, ou chegas a mui pouca gente. Meus irmaos vivem em Vigo, som castelhano falantes, e meu pai é de Samora, e isto felizmente permite-me ter umha visom mais equánime. É bom roçar-se com pessoas diferentes. Às vezes os nossos movimentos som um pouco gueto, e pensamos que todos pensam como nós. Entom como chegas a pessoas que pensam diferente que tu? Ou que falam castelhano, ou tenhem o galego como umha língua quase mais estrangeira que o inglês? Hoje há pessoas em Vigo que escuitam ao longo duma semana mais inglês do que galego: na rua nom se escuita, a TVG nom lhes interessa...


C: Bueno, imos coa pregunta máis dura de todas: Non credes os reintegracionistas que o galego ten xa demasiados inimigos?


F: Sim, mas o reintegracionismo é realmente umha estratégia para fazê-lo mais forte.

C: Eu refírome desde o punto de vista de que, por exemplo, un dos argumentos que nos botan en cara os castelán falantes que non queren saber nada do galego, os que queren vivir en Galiza como se vivisen en Murcia, é que realmente o galego é un idioma 'inventado', porque ten unha norma que se fixo hai vinte ou trinta anos, pero que se está a tocar continuamente e seguimos sen poñernos dacordo.

Entón, ese estar sempre revisando a norma do galego, por exemplo ata hai pouco coa norma...


Diego: ... a do 2003, a normativa da concordia.


C: ...tanto darlle voltas á norma non é contraproducente?

F: Sim. Por isso o que falávamos antes, hoje nom tem tanto sentido andar questionando isso. O mais inteligente hoje em dia seria conseguir para o português algum tipo de reconhecimento.

Na Galiza a língua vive-se de tres formas: há gente que vive o galego como algo incómodo; há gente que vive o galego como a sua língua, mas que a vive como sendo umha língua espanhola, nom rompe essa fronteira; e há pessoas que vivemos o galego como sendo umha língua internacional. Como conseguimos que todo o mundo fique contente? Essa é a questom.

Com normativas eu penso que é impossível, porque ao final é A ou B. Se jogamos a A ou B, ou perde A ou perde B. Agora, podia ser A e B. O tema seria conseguir para as pessoas que vivemos o galego como algo realmente internacional conseguir ter algum tipo de reconhecimento oficial, poder estar cómodos. E utilizar todo esse potencial para o conjunto da cidadania galega. É dizer: o português no ensino, os mass media em português, etc., isso é algo que na Galiza só um fanático pode estar em contra, porque com isso ganhamos todos.

Há vias por onde podemos ganhar todos. Tu conheces a dinámica de jogos?

C: Si!! Iso en economía é fundamental!

F: Entom, o tema é 'eu ganho tu perdes', ou 'eu ganho tu ganhas'. E o que temos que buscar é o 'eu ganho tu ganhas'. Mas eu concordo com vos, no tema da normativa eu nom perdo um segundo com isso.

C: Entón agora non estades tan centrados no tema da norma?

F: Nom. De facto se vês o nosso portal, o Portal Galego da Língua, realmente é isso: o tema dos cursos de português em Portugal, o tema da loja imperdível, e mais cousas que vam saindo. O tema é fazer ver aos galegos e às galegas que ser galego é maravilhoso, que nom é um coñazo, que é o que nos vendem continuamente.


Diego Iglesias e Valentim Fagim. Fonte propia.


Diego: É certo que á vista do público tedes pasado dun enfrontamento aberto coa norma ILG-RAG a unha actitude máis amigable, de coexistencia.

F: É questom de geraçons. Eu penso que a geraçom que viveu o tema dos 80 é lógico, está mui ferida por isso. Mas os sócios novos que vam entrando na AGAL é umha constante, insistem em nom perder o tempo com a norma, difundir o português, o português como oportunidade, etc. Somos gente nascida nos anos 70 e 80, e nom vivemos isso. Somos mais pragmaticos.

D: Na actualidade, o reintegracionismo adoptou novos soportes: internet, a industria editorial, e algunhas iniciativas empresariais, como a galicola.


C: Os da galicola tamén sodes vós?
?

F: Nom! Nom estamos em todas as partes! (risos) Mas esse é um tema mui bom, vam surgindo cousas que escapam das nossas maos, isso é maravilhoso. umha mudança mui importante que houvo é que antes estava todo mui centralizado. Nos anos 80 era a AGAL e pouco mais. E hoje há umha riqueza bestial.

Entre nós díze-se que 'o reintegracionismo avança apesar dos reintegracionistas'. Porque às vezes os reintegracionistas somos terríveis, mas o bom de haver tantos grupos diferentes é que a riqueza é bestial, e fai com que cada vez seja mais difícil enquadrar-nos. Antes eram todos nacionalistas, e de esquerdas e independentistas. Hoje em dia no reintegracionismo tés de todo, desde a extrema direita à extrema esquerda, é um movimento mui difícil de enquadrar.

D: Existiria o reintegracionismo como o coñecemos hoxe sen o impulso que lle deu internet?

F: Eu penso que nom, porque hoje em dia nengum movimento social pode ter impulso se nom o tem na internet. Para nós foi umha bênçom, realmente. No ano 2001 nasce o PGL, e foi umha viragem espetacular. Foi quando nos demos conta que podíamos jogar a algo mais do que estar sempre no gueto. O Portal permitiu chegar a muita gente que nom teríamos chegado de nengumha outra forma pola via habitual de livros, congressos, etc.


C: En chuza gañades por goleada, eh!!


F: sim! (risos)

C: Xa que mencionas o Portal Galego da Língua, queria que nos explicarades aos que non vos coñecemos moito todos os organismos e ferramentas relacionadas co reintegracionismo. Por exemplo, está a AGAL pero está tamén a Academia Galega da Língua Portuguesa, etc.


F: A academia realmente é umha instituçom criada para difundir o reintegracionismo fora da Galiza. Está conseguindo cousas super boas.

C: Como meter mil palabras no dicionário priberam.
..

F: Isso é espetacular. O Priberam é o principal dicionário de português (nom há um dicionário académico oficial, porque nom há umha Academia da Língua). Agora, se um rapaz que está estudando português consulta o dicionário Priberam da Língua Portuguesa, pode comprovar que mil palavras galegas como 'doado', por exemplo, entram a formar parte do seu léxico. Vás ao Priberam e pôs 'doado', ou 'fedelho', e aparece "galeguismo" e o significado no sentido que o usamos nós.

C: É que eu creo que máis difícil que o que facedes aqui, é conseguir que Portugal ou Brasil ollen para nós.


F: A Academia está a demostrar que sim se pode comunicar com Portugal e com o Brasil, mas até agora ninguém se parou a fazê-lo com bastante intensidade. E ademáis o bom que tem é que é um parceiro que dá para comunicar, porque é umha academia. Quando vás com uma associaçom é mais complicado.

C: A Academia sodes vos tamén?

F: Somos 31 pessoas, a maioria estamos na AGAL pero quem o leva som gente diferente e estám indo por uma estratégia diferente.

C: E como funcionan organizativamente? Quen o financia?

F: Auto, auto...

C: Joder macho, esto non é negocio eh... (risas)

F: Claro, o tema seria co tempo ir conseguindo financiamento. O bom é que dá muita liberdade e que, como na AGAL, obriga-te a pensar moito. E saem projetos interessantes porque tés que dar-lhe à cabeça.

Outra cousa que conseguimos através da AGLP foi um trato para que a UAB, a Universidade Aberta de Portugal -como a UNED espanhola- se instale na Galiza. A AGLP está demostrando que, se se quer fazer, há campo para trabalhar com Portugal e o Brasil.

C: E outras ferramentas como o PGL, o dicionário e-estraviz, a loja imperdível, etc. todas elas si saen da AGAL.

F: Sim, todo isso sai da AGAL. Por exemplo, o dicionário estraviz tem 126.000 verbetes, é o principal dicionário galego na rede. Nom é por botar-nos flores, mas se fazemos umha racio entre quantos somos e os nossos produtos, nom está nada nada mal.

C: Comentábame Diego de camiño para aqui que a RAG neste tema, cero.


D: A RAG nin diccionario on-line ten...


F: Tem um, creio. Mas é bastante simples.


VALENTIM FAGIM

C: Para rematar esta primeira parte da nosa conversa, imos falar un pouco de Valentim Fagim. Como chegaches ata aqui?

F: Nacim em Vigo, portanto era castelhano falante. Minha mai era galega mas, como quase todos os galegos que fôrom para as cidades, renunciou a transmitir a língua aos filhos. E na adolescência, como passa a outras pessoas, tenho um período de questionar cousas. Começo a interessar-me pola língua, tento mudar de língua em Vigo mas nom sou capaz, é mui complicado, chama demasiado a atençom e estás mui isolado: com os amigos falas galego tu e ninguém mais, os pais e os irmans pensam 'que está a fazer este homem?', na escola era ainda mais complicado...

Mas entom na universidade mudo para Santiago, e em Santiago é muito mais fácil. Dou o passo. Entom começo a investigar, ler livros, etc. E um dia que tenho gravado foi um em que estava na ducha, e comecei a cantar umha cançom de Caetano Veloso: 'Eu sei que vou te amar, por toda a minha vida...'




C: E dixeches "esto é galego"!!

F: Esto passou a mais gente. Eu penso que a música ajuda moito nisto. Se isto nom é galego...

C: A min pasoume con Grândola Vila Morena. "Concho, se isto é galego!!"

D: Eu teño un amigo, Marcos, que está agora na Polonia, e foi pasar uns días en Londres. E nunha visita a un acuário descubríu que había uns peixes moi agresivos, traídos do Brasil, que se chamaban en inglés
'piranha', con nh... Se os ingleses dicen piranha, igual ca nós, e o escreven con nh, por algunha razón ten que ser!!

C: Non, claro, con ñ non o van poñer!! (risas)

F: Entom isso, descobres o tema. E como todas as pessoas quando descobrem algo, há um primeiro período quase de apostolado -como Sam Paulo era?- que tés umha luz que che da e cais do cavalo, e passas o dia dando a vara à gente... (risos). E depois com o tempo vá-lo vivendo com mais naturalidade. Fizem-me sócio da AGAL no ano 2001, ano em que houvo umha mudança na direçom e também na perspetiva, e até hoje.

C: Fálanos do teu libro, 'do ñ para o nh'.


'Do ñ para o nh'. Fonte: agal-gz.org


F: Bom, sou professor de português...

C: Porque ti cando viñeches a Santiago foi para estudar filoloxía
?

F: Sim, História e Filologia. Daquela nom era complicado fazer as duas porque só havia cinco matérias. Entom, pola minha experiência nas aulas vás recompilando muito material, e um dia dizes 'vou por tudo isto ao serviço da gente'. Porque realmente, passar do galego oficial ao português, é fácil. Num ano, com uma dedicaçom mínima, consegue-lo.

Entom decidim fazer um manual hiperprático para isso. Algo didático. Antes o reintegracionismo nom fazia tanto isso. Por exemplo, as pessoas que nos anos 90 queríamos mudar ao reintegracionismo líamos o 'Estudo crítico'. É um trabalho da AGAL, que técnicamente é espetacular, onde se analisa o galego oficial ponto por ponto. Mas é um libro que... caralho!! Nom é um libro que podas oferecer à tua moça...

Umha obsessom que eu tenho é a pedagogia. O meu livro anterior, 'O galego (im)possível' foi o mesmo: "vou fazer um libro hiperpedagógico, para que a gente poda entender porque defendemos o que defendemos". A pedagogia é fundamental. Um erro do reintegracionismo é esse, sentar-se numa cadeira e dizer 'eu tenho a razom, ide passando por aqui'. Essa atitude antes era bastante comum. Se o ecologismo fizesse o mesmo, se o feminismo fizesse o mesmo... zero. Tés que ir tu ate a gente. E criar materiais que as pessoas podan mastigar.

C: E hai algo máis en camiño?

F: Sempre há algo mais em caminho!! Conhecedes Opentrad? Foi feito pola empresa galega Imaxin Software que fai sobre todo engenharia linguística.

C: Din que Opentrad foi o responsable do 'Desván de los Monjes'!!


F: Foi, foi! (risos) O responsável foi a pessoa que meteu isso e depois nom o revisou, nom é? Mas agora o tenhem solucionado porque tenhem um sistema que reconhece as palavras em maiúscula e nom o traduze.

Entom estou a fazer com Pichel Campos um livro cujo título seria 'O galego é umha oportunidade'. A ideia é editá-lo em castelhano, em galego-português e em galego oficial. Vai ser um libro 'hiper-hiper-pedagógico', que poda ler quualquer pessoa e que seja capaz de fazer ver à gente que o galego é umha oportunidade, nom um problema. Buscamos chegar cada vez a um público mais amplo, inclusive á gente que nom pensa como nós.

C: É o que che comentaba eu ó principio, eu tentaría enfocar o voso traballo incluso á xente digamos 'españolista', ou que só fala castelán, pero facerlles ver que, dentro de España, e sendo tan españoles coma os demáis e o que queiras, pero o que nos distingue dun madrileño ou dun catalán é que temos unha potencia emerxente como é Brasil, e nós temos a capacidade de tratar cun chileno e cun arxentino, pero tamén cun brasileiro que non o ten unha persoa de Madrid. Abrirlle un pouco os ollos...


F: E Angola, que está a ser umha potencia emergente no cone sul africano.



(Continuará en breve coa segunda e última parte da nosa conversa con Valentim Fagim)

sexta-feira, 25 de junho de 2010

UM ANO DE BLOGUE

Hoje Nosquedaportugal e Alemdominho cumprem um ano.

1 ano
12 meses
200 artigos
443 comentários dos leitores
850 visitantes únicos ao mes (aprox)
8.000 visitantes únicos (aprox)
24.000 páginas vistas (2.000 de media mensal)
- 20.800 páginas Nosquedaportugal
- 3.200 páginas Alemdominho


Obrigado a todos por estar ahi.


Nosquedaportugal recebe 2/3 das visitas da Galiza. Um 22% do resto da Espanha, o 6% de Portugal, 2% de UK e um 4% do resto do mundo. O artigo individual mais lido foi a primeira parte da Conversa con Antón Losada, com mais de 500 visitas, ainda que tendo en conta artigos en conjunto, a minha 'Experiencia persoal' en Luxemburgo e a seguir em Madrid superam as 750 visitas.

Alemdominho, con muitas menos visitas, é muito mais internacional: recebe o 40% das visitas de Portugal, o 29% da Galiza, o 17,5% do Brasil, o 5,5% do resto do Estado Español e o 8% do resto do mundo. O artigo mais lido (mais de 100 visitas) foi 'La Coruña de toda la vida, 1ª parte'.

E se alguém tem curiosidade por saber se montar um blogue é negócio... 45,66 € de arrecadação em 12 meses pelos cliques dos leitores nos espaçoos publicitarios de google no blogue (3,8 € ó mes). Um chollo!! Treme Cristiano Ronaldo!!

Visitas diarias aos blogs. Fonte propia.

A semana do 7 ao 14 de junho superou-se as 800 visitas.
O anuncio de GalegoLab e revelar a identidade de Caralladas, as responsábeis.

Maio de 2010, recorde de visitas: 2223

Fica claro que a gente liga a internet... no trabalho!!


Voçês podem comprobar que nas últimas semanas houve algumas novidades no blog e continuaram a haver. Anunciamos também que esta manhã mantivemos uma nova conversa, a publicar em breve, no que trataremos um dos temas mais delicados: o reintegracionismo. Incentivamos a participar com vossos comentarios. Obrigado!

quarta-feira, 2 de junho de 2010

CARALLADAS

Olhem que fashion o Caralladas no jornal Vieiros hoje:

Público presente à palestra de Rafael Cuiña hoje em Madrid
'O galeguismo na encruzilhada do século XXI'
Fonte: www.vieiros.com


Esta sexta-feira 'Caralladas' inicia uma nova etapa na vida.
Trabalho, família i exposição pública mudarão radicalmente na minha vida nos próximos meses, e alemdominho vai mudar tambem. Irei contando mais.

(Da palestra, muito interessante, uma conclusão: ha que trabalhar para que o galeguismo no século XXI brote em todos os campos, setores da sociedade, e opções políticas. Não vai ser tudo brigar para ganhar eleições)

terça-feira, 25 de maio de 2010

ROSALÍA, DESDE PORTUGAL

Um brevíssimo artigo para que vejades o que publica o blog do Centro Nacional de Cultura, "A Vida dos Livros", sobre a visita do seu presidente, Guilherme d'Oliveira Martins, em Santiago. Convidado pela Faculdade de Filologia, falou da obra de Rosalía de Castro e da origem comum das línguas galega e portuguesa.


Rosalía de Castro.Fonte: http://e-cultura.blogs.sapo.pt


Falar do galaico-português é lembrar as Orígenes da língua com que nos exprimimos, e lembrar de uma história cultural que nos leva a raízes muito antigas vindas da Europa da Reconquista. É extraordinário ver como esta língua do ocidente peninsular se tornou universal, com mais de duzentos milhões de falantes. Afinal, se há modulações diferentes na língua comum devemos aproveitar essas diferenças para nos enriquecermos mutuamente.


Da gosto ver que, aos poucos, vamos dándonos a conhecer do outro lado do Minho.

terça-feira, 18 de maio de 2010

UM DIA PARA A ESPERANÇA


Praça do Obradoiro, 17-M
Fonte: www.galiciahoxe.com


Sou um das centenas de milhares de galegos que não esteve no Obradoiro o 17-M... mas quis ter podido estar. Um desses centenas de milhares aos que o nacionalismo espanhol tem agora a impudência de nos chamar ditadores. Eles a nós, que hipocrisia.

Não duvide, o decreto do nacionalismo espanhol contra o galego sairá em frente, e durante um par de anos vai estar em vigor. Mas se a sociedade galega continua por este caminho, só será isso, dois anos de pesadelo.

E digo mais: o que o galego precisa para sair em frente não são mais regulamentação no ensino ou no comércio, o que precisa é da reação de toda a sociedade, de todos e cada um, na rua, nos blogs, na cultura, na empresa, na lusofonia, na arte, no mundo, na vida ...

Vendo essas fotos, não tenho dúvida que isso é o que estamos a fazer. Reviver a nossa língua entre todos. Anime e adiante.



PS: finalmente os organizadores tenhem escutado as vozes que pediam que estas reivindicações tenham fim no Obradoiro. Agora só espero que algum dia os próximos actos se realizem em comum por todas as plataformas. Na manifestação de ontem nada a apontar, a assistência de todo tipo de organizações, políticas ou não, de todos os espectros, deixa hoje o nacionalismo espanhol mais sozinho do que nunca na Galiza.

segunda-feira, 17 de maio de 2010

UNHAS VERBAS DE UXÍO

Os que así nos tein
só tein noso os nosos nomes no censo,
que hasta o noso sudor sin alento pérdese na terra.

GALICIA, será a miña xeneración quen te salve?
Irei un día do Caurel a Compostela por terras libradas?

Non, a forza do noso amor non pode ser inútil!

Uxío Novoneyra, 'Elexías do Caurel e outros poemas'. 1966.


Uxío Novoneyra. Fonte: http://centros.edu.xunta.es


No dia das letras galegas. No dia de todos os galegos.

terça-feira, 11 de maio de 2010

CREANDO REDES: LÍNGUA, AVE, PORTOS E AEROPORTOS

(Terceira e última parte da nosa conversa có Secretario Xeral do Eixo Atlântico.
Podedes consultar aqui a primeira e a segunda partes da entrevista)


C: Falabamos do AVE Porto – Vigo, cal é a situación agora mesmo?

X: O retraso que anunciaron as autoridades portuguesas este ano é o retraso que xa coñecíamos e que ninguén quixo asumir. A comezos do ano pasado fixen unhas declaracións no Correo Galego que saíron en primeira páxina, donde dicía que o AVE estará en 2015 si ou si. E o dixen simplemente porque foi o que dixo a Secretaria de Estado portuguesa no Parlamento de Lisboa. Como Touriño dixera 2013 estaban cabreadísimos, me mandaron mensaxes e tal. Pero se en Portugal xa se sabía que vai estar o 2015, por qué aqui se empeñan en dicir 2013?

Polo tanto o único que fixeron foi poñer por primeira vez por escrito no PEC, o Plan de Estabilidade e Crecemento, a data do 2015. O tema vai i é irreversible porque nunha reunión hai anos coa vicepresidenta da Comisión Europea, Loyola de Palacio, conseguimos que a liña de alta velocidade da Eurorrexión entrara nas liñas prioritarias europeas; por eso Europa está aceptando retrasos sen afectar ós fondos, alo menos ata certo punto. Polo tanto, vaise facer, haberá fondos e Europa aguantará (ata certo punto). Entón de que depende o asunto? Básicamente deste problema ó chegar á fronteira:

Alternativas ó trazado do AVE Porto - Vigo.
Fonte propia



A liña actual de Vigo a Porto vai pola costa, por Viana, a versión cutre do Shangai Express que pra facer 150 km bota 3 horas, un tren ó día. Pero Porto ten unha liña nova de boas prestacións ata Braga, e ten o Alfa Pendular que logo sigue a Lisboa a velocidades de 185 km hora. Por que tarda case 3 horas pra facer 300 km? Porque a mesma liña a comparte con rexionales e mercadorías. Pensan facer un desdoblamento da liña, pero vanno deixar para a última fase porque teñen xa unha (nunhas condicións que non son óptimas pero son suficientes, porque en 3 horas vas de Porto a Lisboa, mentras o avión entre que vas ó aeroporto e tal che leva máis de 2 horas). Entre Porto e Braga a liña tamén existe, só teñen que convertila en alta velocidade.

Pero entre Vigo e Braga non hai nada. Absolutamente nada, non existe liña. Polo tanto para nós esa é a prioridade. Agora mesmo válenos calquer cousa que conecte Vigo con Braga, porque ainda que os trens viaxaran a 100 km hora ata Braga, que é ridículo, chegaríamos a Porto nunha hora. Entón o problema está ó chegar a Valença. O governo portugués ten que convencer á súa cidadanía do AVE, porque houbo unhas voces bastante demagóxicas, entre elas a do principal partido da oposición...

C: E agora como están con estes ataques especulativos a moeda...

X: Xusto. E provocaron na xente ese temor de dicir “cómo imos gastar diñeiro se non o temos?”. Precisamente, agora é cando temos que facer investimento productivo para sair da crise!!

Ademáis está o discurso centralista de Lisboa. Portugal é un país tremendamente centralista, onde Lisboa acumula un ratio de poder económico e político que non se da en ningún país de Europa. É unha loita Porto – Lisboa onde non se collen prisioneiros. Entón cando fan este discurso non o fan contra as infraestructuras de Lisboa, senón contra as de Porto. Por iso é un suicidio que apoiemos inconscientemente esa lóxica de Lisboa atacando Sá Carneiro, porque lle estamos facendo pinza.

O problema é que o governo español non acaba de sair de Vigo. Estaba paralizado a declaración de impacto ambiental, leva varios anos paralizado, agora acaba de encargar unha nova.

C: Entón, o AVE que vai chegar no 2015 é o de Portugal, o de aqui aínda está por ver?

X: Non, o problema é que os portugueses lle din ó seu governo: “vostede está seguro que van facer o AVE de Vigo á fronteira, non?”. Porque claro, non vou facer o gasto dunha liña nova, cun terreno orográfico moi complexo entre Braga e Valença, se chego alí e vostede non está. Como llo explico á miña xente?

Eu levo anos avisando nos medios de comunicación que o problema non está en Portugal, está aqui. Están furando ata chegar á vía norte, perfecto. Pero agora van expropiar un terreno onde van a desmontar as tuneladoras. Van desmontalas e volvelas montar, co custo que ten? Eso quere dicir que durante un tempo vai estar parado, polo tanto a saída sur de Vigo está cun enorme interrogante. E onde está a ponte sobre o Miño? Cando se reunen pra falar da estación internacional de Badajoz, porque non se reúnen tamén pra falar da ponte sobre o Miño? Ese é o problema do AVE.

C: Respecto do Sá Carneiro, tes dito noutros medios: “A batalla de Galicia contra o Sá Carneiro non será tal porque xa está perdida”. Defendes a integración do sistema aeroportuario galego no Sá Carneiro, e quería preguntarche por que –aínda que xa contaches algo- e cómo funcionaría esa integración.

X: A integración funcionaría levando ese comité de rutas que crearon en Galiza ao ámbito transfronteirizo. O modelo a seguir é o de Londres, onde teñen City, Stansted, Heathrow e Gatwick, e non se pelean entre eles. Nós temos aqui tamén no noso territorio un dos aeroportos máis modernos de Europa. Se a nós nos dixeran que en Galiza se ía crear un aeroporto onde se investisen 19.000 millóns non estaríamos contentos –máis alá de pelexarnos por onde se crearía, claro. Si, non? En cambio se crea, danos servizo, pero como está ó outro lado dunha fronteira que non existe, facémoslle a guerra? Eso non é razoable.


Aeroporto Sá Carneiro.
Fonte: www.primeiramao.pt


Temos 4 estructuras: imos coordinalas, e especializalas. Os aeroportos teñen que seguir unha lóxica que non se está seguindo. Por exemplo, Vigo está pelexando por voos a Londres, qué pasa, aqui imos todos facer compras?

C: Si, porque xa hai en Santiago e xa hai en Coruña.

X: En cambio, ninguén está reivindicando Frankfurt. Frankfurt é un dos principais hubs por exemplo para as tripulacións das nosas pesquerías. Sabes canto gasta ó ano Pescanova nos intercambios de tripulacións? Hai barcos que están todo o ano na zona austral, Arxentina, Sudáfrica, Seychelles... as tripulacións van e veñen, e pra facelo teñen que facer tres ou catro escalas. Con Paris tamén ten sentido que se fagan voos desde Vigo, pola Citroen. En cambio, os tres aeroportos estanse a pelexar por ter todos voos a Londres, é ridículo. Tampouco temos ningunha comunicación có leste Europeo, que é un dos grandes escenarios para os nosos empresarios. Non temos comunicación có norte industrial de Italia, có Mediterráneo moi pouco.

Mentras, Santiago é o aeroporto turístico por excelencia. O que temos que ter é un bó AVE pra que a xente que veña de Santiago, veña logo a Vigo, ou a Coruña, porque leva media hora.

C: Pero hai que conectar eses AVEs cós aeroportos.

X: Ese é outro problema, a intermodalidade. Un problema que España non quere ver e Portugal está vendo: Sá Carneiro vai ter estación debaixo, os aeroportos galegos ningún. Todo o máis Santiago vai ter unha lanzadeira. E non o quixeron ver, cando por exemplo Vigo tiña condicións; se en Vigo se colocara a estación de tren no exterior, porque a cidade vai crecendo, o tren en vez de entrar en Vigo podería terse comunicado có aeroporto. É un problema de visión estratéxica, cortoplacista.

O aeroporto é un transporte ligado á personalidade da cidade. Santiago é unha cidade turística referencial en todo o mundo, deixen que os vóos veñan a Santiago, que é o atractivo, e despois que a xente vaia a Vigo e Coruña en tren. Mentras, Vigo é a cidade industrial, logo o aeroporto de Vigo ten que ter esa lóxica industrial. Vigo ten pesca, logo teremos que buscar escenarios de pesca. Agora por exemplo Vigo vai ser unha base de cruceiros, haberá que establecer comunicacións en función deses viaxes. Os cruceiros rematan en Copenhague? Haberá que establecer rutas con Dinamarca para devolver eses paxaseiros. E Coruña exactamente igual. E logo hai outras lóxicas distintas, como a comunicación diaria con Madrid ou Barcelona, que a poden ter todas as cidades, alo menos ata que exista o AVE.

C: Outro tema. Brasil. Portugal e Galiza cooperamos ou somos competencia?

X: A relación de Portugal con Brasil xa está perfectamente definida desde hai séculos i é fluidísima. En canto a Galiza, Brasil é a mostra máis absoluta da nosa miopía política, a uns niveis alucinantes. Algúns dos grandes eventos que van a marcar os próximos anos a nivel internacional van ser en Brasil: Mundial de fútbol en 2014, Olimpiadas en 2016, e están traballando tamén no tema dunha Expo. Nós podiamos ter acceso a ese escenario a través da nosa porta privilexiada que é Portugal. Estamos dando algún paso? Hai unha mínima estratexia nese sentido? Non.

Hai anos o Partido Popular español invitou ós líderes do seu partido homólogo en Brasil para un congreso, e os brasileiros chamaron ós seus homólogos do PSD portugués para preguntarlles “imos a esto?”, e de paso pedirlles que tamén estiveran para avalar un pouco a operación. Se a nivel empresarial estamos constantemente atacando a Portugal, que si o Sá Carneiro é o inimigo, que se cando veñen lles poñemos multas, que si tal... e logo chegas e dis “ah, oye, pero para lo de Brasil bótame unha man”. Evidentemente, primeiro ten que haber un caldo de cultivo onde se superen honestamente as diferencias, para traballar xuntos, “eu vouche abrir a ti as portas de Latino América de fala española, e ti a min as de Brasil, pero non gratis, imos facer empresas compartidas, imos asociarnos”.

Outro exemplo de miopía: cantos portos temos? De interés nacional Ferrol, A Coruña, Vilagarcía, Pontevedra, Vigo, Viana e Porto. 5 galegos e 2 portugueses. 7 que se os miras desde o aire son peiraos, que van estar comunicados por TGV –e agora falaremos do AVE de mercadorías-. Qué traballos se están facendo para poñelos en rede, para crear unha estructura portuaria compartida?

C: Do tema portuario, eu sempre menciono o modelo portuario de Rotterdam, que ten peiraos ata en Bélxica.

X: Efectivamente! Ademáis é un tema de situación estratéxica: o mundo é redondo, polo tanto, esto é a Península, esto é Europa, i esto é América. Nova York pode quedar así, ou así:


Quen carallo dixo que somos periferia?
Fonte propia.


C: Nova York está á altura do Porto, que o teño eu máis que calculado...

X: Entón fíxate, temos o gran mercado tradicional, non suficientemente explorado, dos Estados Unidos. Vai buscar un albariño galego a Estados Unidos, a ver se o atopas...

C: É un mercado moi complicado.

X: E cantos esforzos facemos alí para entrar no mercado? Porque complicado é, pero eu vou alí e viños franceses encontro, e viños italianos encontro. Se outros poden, porque nós non? Se vas alá atoparás “hasta el agua de san pelegrino”, intenta buscar Cabreiroá, que por certo é bastante mellor.

E logo temos o mercado emerxente de Mercosur. Europa ten unha grande zona nodal portuaria que é Rotterdam que está completamente desbordada. A outra zona nodal vai ser si ou si os portos hanseáticos; o eixo que constitúe Hamburgo con Gantz vai ser clave, xa están encamiñados, teñen recursos, tecnoloxía. Teñen man de obra barata, cualificación tecnolóxica, claro unha cousa a poñen os polacos, outra os alemáns... O que está por definir é cal vai ser na Europa sur o nodo referencial de comunicación con Mercosur. E ahi compiten os franceses con nós. Vigo alíase con Porto nesta estratexia? Non, Vigo alíase có Cantábrico, non sei pra que facemos Eurorrexión. Cando se nós facemos un contínuo dos portos galegos e portugueses, baixando case ata Lisboa, este sería o grande enlace nodal có Mercosur.

C: Está clarísimo.

X: E quen faga isto, converterá a súa área de influencia –a 100 km á redonda e cara o interior- nun gran polígono loxístico europeo, porque as mercadorías terán que vir ata aqui para logo embarcar, non van ir ó Mediterráneo, a dar toda a volta por Algeciras.

Estamos preparándonos para competir? Non. Estamos creando redes para competir? Non. Seguimos pelexando entre nós. En resumo: hai que integrar o sistema portuario; hai que integrar os aeroportos, pra que a xente chegue por un e saia por outro; e comunicalo todo có AVE e cós trenes de proximidade. Esta é a fórmula.

C: E sobre as mercadorías, que aínda non comentamos nada?

X: Nós sempre defendemos vías mixtas. O governo di que as quere diferenciadas. Claro, nun momento no que xa nos costa traballo sacar o AVE, ata que punto podemos impoñer que fagan vias mixtas? En calquer caso, o que non pode ser é o que temos hoxe, onde unha mercadoría que entre polo porto da Coruña ten que ir por Lugo, baixar a Ourense e vir a Vigo. E con Portugal non temos nin comunicación.

O problema vai ser que imos ter unha via de comunicación de alta velocidade, pero non temos mercadorias entre os nosos portos. Entón claro, cando falamos dun sistema ferroviario integrado e integral, é por algo. Necesitamos a atención política necesaria para o tema, e iso aínda non o temos. De Madrid hai a atención política necesaria para facer o AVE ata Galiza, pero non para facer aínda –nin de parte de Portugal- un sistema de transportes integrado.

C: Penúltima, moi breve. Comentou Feijoo nunha visita que fixo a Portugal xa non sei cando, debeu ser en febreiro, de ampliar a Eurorrexión ata Lisboa. Eso como afectaría?

X: Non, eso foi unha expresión política, porque a Eurorrexión técnicamente só pode ser a rexión Norte e Galiza. Eu supoño que falaba en termos políticos, de colaboración. Outra cousa é a Macrorrexión, que eso é outro elemento distinto.

Bruselas está sacando 2 figuras, as macrorrexións e as megarrexións. Non están definidas, por exemplo, toda a fronteira España – Portugal a consideran macro ou mega? Todo o espazo atlántico (sur de Irlanda, sur de Inglaterra, Franza, norte de España e Portugal) a consideran macro, ou mega? Como Castela ten fronteira có norte de Portugal, eu fun unha das persoas que aconsellou que se incluira no ámbito das macrorrexións. Galiza, norte de Portugal e Castela e León pode ser unha cooperación en termos de macrorrexión.

Esto cárgase a Eurorrexión? Ó contrario, a potencia. Son escalas. Máis lobby para conseguir fondos para a zona. Hai que ter en conta que a escala de Europa tamén cambiou, non é o mesmo a UE-15 que a UE-27.

C: Pero nesa macrorrexión, se entra Castela e León, vai entrar ata Soria?

X: Está por definir.

C.T.: Tampouco na Eurorrexión entra todo Portugal, só o norte de Portugal. Logo podería entrar na macrorrexión só unha parte de Castela e León.

X: Aínda está por definir, pero de todas formas, a parte ‘sensible’ é a fronteira Zamora – Salamanca con Portugal.

C: E a última pregunta, no tema lingüístico non me quería meter moito...

X: Pois podes meterte con toda confianza, eh.


Línguas con máis falantes do mundo.
Fonte propia. Dados: en.wikipedia.org


C: Pois unha cousa que nunca entendín: pasaron -como falaches antes- vinte governos a todos os niveis, e seguimos sen ensino de portugués obrigatorio en Galiza.

X: Non é que non o teñamos obrigatorio, é que nin sequera o temos como optativo; en cambio Extremadura, si. Eu entendo que os idiomas non deben ser obrigatorios, en único caso o inglés. Pero o que si temos é que normalizar o portugués para que ocupe o mesmo papel que o francés, e sexa un idioma opcional nos estudos, para que toda a xente que queira poida matricularse. Que é exactamente o que fixo Extremadura, que o ten como optativa en todo o ensino.

C: Pois eu penso que igual que tes que estudar obrigatoriamente matemáticas, debería ser obrigatorio estudar portugués, aínda que sexa só un par de anos. A Galiza non lle interesa que toda a súa poboación saiba falar portugués? Ou polo menos que todo o mundo estude un ano portugués ou dous. E non tanto por Portugal, senón de aqui a dez anos, o que vai representar Brasil a nivel mundial...

X: Eu douche a razón, pero temos que analizar o tema.

Primeiro: partimos dunha situación que eu creo que foi un erro histórico. Cando se fai a normalización lingüística desbótase completamente o lusismo porque se vencella con posicións políticas radicais. O debate, como moitos debates en Galicia, é levado sen ningún tipo de rigor. Aqui non son as opinións máis rigurosas, senón as que máis voz teñen as que ó final priman, e as acaban influindo. I eu vivin como o tema do lusismo se vivíu dunha forma absolutamente marxinal. É evidente que é un debate complicado, que debía terse aberto con máis calma. É evidente que o galego que se fala agora non é o portugués, pero tamén é evidente que houbo unha orixe común, e que se podía haber feito –eu non son lingüísta nin sociolingüísta...

C: ...un achegamento...

X: ... unha estratexia tendente a que nunha década ou dúas converxeran os dous idiomas, ou polo menos tiveran unha afinidade. Porque eso abriríanos as portas: convertiría unha lingua que sobrevive sobre a tradición oral baseada nun rural que cada vez ten menos peso nunha lingua sen problema de supervivencia. Os problemas de supervivencia do galego non veñen do decreto nin do non decreto, o problema ven porque se deixa de falar. Eu o vexo na miña casa, as miñas fillas non falan galego, len galego aínda con máis dificultade que castelán, e van a un colexio público, perfectamente bilingüe... pero é un problema de motivación!

C: De utilidade.

X: A miña filla pequena o que ven son os Simpson, e son en castelán. Se foran en galego vería Xabarín Club. Un dos momentos que eu vin ós rapaces máis interesados no galego era cando La Voz de Galicia sacaba ‘golfiños’, pola linguaxe da comic. Cales son os vehiculos para chegar ós rapaces? O comic e a televisión. Deixémonos de coñas, estamos nunha cultura urbana!

A xente non está habituada a falar galego ou oir falar galego, porque ten outras prioridades: o castelán é unha prioridade e o inglés é unha prioridade para traballar. Polo tanto o galego é algo que se fala, pero cando vai desaparecendo a xente maior, que é a xente que aínda o fala, ou cando vai desaparecendo ese compoñente rural, periurbano, por exemplo no caso de Vigo, a xente vai deixando de falar galego. Entón o galego estase perdendo porque está perdendo a lóxica cotián, porque non se está sabendo adecuar ós tempos, e porque non se optou no seu momento por apoiarnos nunha lingua viva moito máis dinámica como é o portugués.

C.T.: Acercámonos máis ó castelán.

X: Exacto, e iso pechóunos completamente unhas portas de futuro.

E segundo: en Galiza a xente non ten ningún interese en aprender portugués, do mesmo xeito que en Portugal a xente non ten interese en aprender galego, porque son idiomas veciños. Aqui o dito ‘idioma veciño, idioma enemigo’. Pero como nos entendemos sen falar o idioma do outro, para que aprendelo? Porque en Extremadura é distinto. Ti aqui vas ó Corte Ingles: - “fala português?” – “non, pero fale que lle entendo”. Nin sequera coa demanda histórica que teñen ós empregados do Corte Inglés se lles demanda portugués. Hai anos o concello de Vigo foi o primeiro concello da Eurorrexión que deu clases de portugués para funcionarios. O montamos entre Marta Souto, que era a directora xeral de normalización, i eu. Bueno, é que non se che apuntaba ‘nindiós’, ‘nindiós’!!. I eran cursos pagados, financiados, con puntos para os funcionarios... Os orientamos para a Policía Local, bueno, a Policía Local ni de puta coña, “estos portugueses de mierda”, se non lle chamaban así pouco menos. Cursos para asistentes sociais? Nada...

C: As propias empresas de cara a exportar alá tampouco?

X: Que va! Non, porque a xente se entende có galego. É certo que o de ter montado aqui o Instituto Camões está axudando, pero tampouco fan unha promoción tremenda dos cursos. Non hai unha filosofía. Agora Feijoo falou de dar pasos nese sentido, pero realmente o problema é que non se creou previamente a necesidade que faga que a xente se motive na conveniencia de aprender un idioma. Os españoles somos a xente que peor idioma falamos, e priorizamos aqueles que son necesarios para o traballo. Se non lle vemos a necesidade, o último que facemos é aprender un idioma.

É un problema histórico e de falta de visión da necesidade do tema. Como superalo? No momento en que efectivamente se normalice o portugués como segundo idioma no ensino.

C: Pois ata aqui chegamos. De verdade, non sabedes o agradecidísimo que vos estou por todo este tempo que nos dedicastes. Moitas grazas.