quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

PORTO, ALMINHAS DA PONTE

Ter um jeito de atravessar a pé o rio Douro foi sempre uma preocupação dos habitantes da cidade do Porto. Ao longo dos séculos construíram várias "pontes das barcas", feitas por várias barcas unidas entre si, mas sempre em caráter temporário.

A princípios do século XIX, em 1806, construiu-se a conhecida Ponte das Barcas com vocação de permanência. Era pois uma ponte no rio Douro que ligava Porto para Gaia, que recebeu seu nome por ser feito por vinte barcas unidas entre si por cabos de aço. Mas a Ponte das Barcas teria um final trágico apenas 3 anos mais tarde.

Alminhas da Ponte (1897). Baixo-relevo de Teixeira Lopes, Porto


Em outubro de 1807 as tropas de Napoleão apoiadas pelas tropas espanholas invadem Portugal, fugindo a família real portuguesa ao Brasil. Em 1808 as tropas espanholas retíranse a Espanha após a invasão francesa do país. Nesse momento início a revolta popular do Porto (7 de junho de 1808), que se estende a todo o Portugal e que receberá o apoio de uma expedição britânica capitaneada pelo Duque de Wellington, que conseguirá jogar por terra os planos de Napoleão de ocupar Portugal e dividi-lo em 3 reinos. França tentará ocupar novamente Portugal em duas invasões posteriores: a capitaneada pelo Marechal Soult (1809), e no ano seguinte a dirigido por britânicos. Ambas serão derrotadas pela aliança luso-britânica.

Mas foi durante a invasão comandada por Soult quando produxo a catástrofe da Ponte das Barcas, mais de quatro mil pessoas morreram em 29 de março de 1809, quando a ponte que atravessavam para fugir da carga das tropas francesas cedeu à sua passagem.

Baixo-relevo de Teixeira Lopes no Muro da Ribeira, no Porto. Fonte própria.

Hoje o baixo relevo 'Alminhas da Ponte', na Ribeira do Porto -uma das zonas mais turísticas da cidade, junto ao rio- guarda memória daquela tragédia.

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