quinta-feira, 25 de março de 2010

RIO CÁVADO: GERÊS

- Primeira parte: rio Cávado
- Segunda parte: Montalegre

Não se me ocorre melhor maneira de principiar esta etapa da nossa viagem pelo rio Cávado que dizer que chegamos, provavelmente, o ambiente natural de maior beleza em Portugal, pelo menos que eu conheça. A todos os leitores que ainda não se aproximar da Serra do Gerês, o canhão do rio de Vila da Ponte da Caniçada, eo entorno da Barragem da Caniçada, dizer que a 150 km de Vigo e 95 de Ourense, encontra-se um espetáculo natural tal que nenhuma fotografia que vos possa mostrar-lhe pode fazer justiça.

A vila do Gerês em primeiro lugar, e da Albufeira da Caniçada ao fundo,
vistas desde a Serra do Gerês. Fonte própria.


Comezamos a terceira etapa pelo Cávado na Albufeira da Venda Nova, uma das várias barragens no alto curso do rio, costeando o Parque Nacional da Peneda - Gerês. Único parque nacional de Portugal, no Gerês "tratava-se de conservar solos, águas, a flora e a fauna, assim como preservar a paisagem nessa vasta região montanhosa do noroeste português".

Albufeira da Venda Nova, a Serra do Gerês ao fundo.


No site oficial do Parque (http://portal.icnb.pt/ICNPortal/vPT2007-AP-Geres) têm acesso a uma vasta informação sobre a riqueza não apenas paisagística, mas sim de floresta (mais de 600 espécies vegetais, muitas delas protegidas ) e fauna, entre elas mais de 200 espécies de vertebrados protegidas (trutas, enguias, morcegos, salamandras, águias, mouchos, esquilos, corços ...). 70 delas são espécies ameaçadas.

O canhão do rio Cávado a sua passagem pelo Gerês. Fonte própria.


Percorrendo a estrada N-103 em direção a Braga contempla uma vistas magníficas tanto do canhão do rio como os montes que atravessa. Por fim, o espectáculo é surpreendente ao chegar na Caniçada, com suas duas pontes cruzando a barragem.

Vista da Barragem da Caniçada, apenas uma das pontes aparece visível.
Fonte própria.

Não muito longe dali, um pouco mais ao norte transcorría a Geira ou Via Nova Romana que ligava Braga e Astorga, da qual ainda se conservam trechos e em que se podem tirar vistas como estas outras.

Panorâmica da Albufeira da Caniçada, Vila do Gerês, Terras de Bouro.
Fonte: pt.wikipedia.org


Finalmente, não podemos deixar de desviar um momento do curso do Cávado pra adentrarnos na Serra em direcção à Galiza, pela estrada que liga a vila do Gerês com as terras de Entrimo. A zona entre a Caniçada e da vila do Gerês está repletas de hotéis rurais e apartamentos para quem quer se aproximar uns dias para desfrutar do ambiente. Inclusive diria que tem certo parescido com os Alpes, para aqueles que os conhecem.

Depois da vila do Gerês -a, por assim dizer, capital da comarca- entramos de cheio no parque. Creio que só com estas três fotografias a pé da estrada ficará constância de que vale muito a pena a visita.

Precioso por dia... mas aqui eu não ficar sozinho à noite e nem de brincadeira!
Fonte própria.

Queda de água neste ponto. Fonte própria.

E fechamos o artigo como o abrimos, com as maravilhosas vistas.
Fonte própria.

Não deixe de ir!!

domingo, 21 de março de 2010

RIO CÁVADO: MONTALEGRE

(vem da primeira parte)

Dos dois caminhos por Trás-os-Montes de Chaves a Montalegre, nós provavelmente fomos escolher o pior. Ou isso pensou o nosso carro, quando pouco antes de passar por Soutelinho da Raia, na mesma fronteira fictícia entre Galiza e Portugal, pinchei uma roda.



Ver mapa maior


Era a primeira vez que pinchaba, por isso ainda botei um bom cacho tentando descobrir como se mudavam pela roda de bicicleta que vêm agora de reafirmado nos carros. Com o Ferrari de Alonso demoram muito menos ...


O trajeto passa por uma paisagem semi-desértica (tanto da vegetação como de aldeias arraianas) ao pé da Serra do Larouco, justo à altura do Couto Misto, aquela Andorra portuguesa, da qual já temos falado em Alemdominho.

O Couto Misto (em verde), apenas a 5 km de Montalegre.
Fonte: gl.wikipedia.org


O rio Cávado nasce apenas um par de quilómetros das aldeias -Rubiás, Santiago e, um pouco mais longe, Meaus- que compõem o Couto Mixto, em plena Serra do Larouco. Não decorrer um outro tanto antes de chegar a Montalegre, antiga vila de apenas dois mil habitantes, cujo caráter defensivo nos limites da raia galego-portuguesa fica-se pelo seu castelo medieval.

Vista à entrada de Montalegre. O castelo medieval à direita.
Fonte própria.

O castelo, iniciado pelo Rei D. Dinis no século XIII, constituía junto aos castelos da Piconha (Tourém) e da Portela (Padornelos) o conjunto defensivo das Terras de Barroso. Representava um ponto de alto valor defensivo, enquadrado entre as serras do Gerês a Oeste, do Larouco a leste, e rodeado pelo rio Cávado a Norte.

Apesar de que, em excelente estado de conservação, o castelo não tem chegado a nós íntegramente por causa do tristemente famoso terremoto de 1755, que provocou a queda de uma das ameias. No século XX, foi declarado Monumento Nacional e atualmente integra conjunto com o núcleo museológico anexo.

Castelo medieval de Montalegre. Fonte própria.

A leste ea sul desenvolveu-se a vila medieval do que os privilégios concedidos pelo Rei D. Dinis para o seu povoamento. Desde o castelo, os dados de Montalegre são bem bonitas, mas em um dia nevado (e bem frio, caralho!) como aquele.

Vista da vila de Montalegre a partir do seu castelo medieval.
Fonte própria.

No caminho alternativo (e melhor comunicação) que conduz de Chaves a Montalegre, a estrada atravessa o outro município do Barroso, também a vila turística de Boticas, bem conhecida pelas Termas de Carvalhelhos. A visita a algum dos hotéis rurais do entorno apúntoa na lista de disciplinas pendentes ...

Vila de Boticas, Portugal. Fonte: www.maplandia.com

A segunda rota alternativa trasncorre paralela à barragem do Alto Rabagão, barragem da bacia do rio Cávado, em um de seus tributários poucos quilômetros antes de sua confluência.

Barragem do Alto Rabagão. Fonte própria.

Será a partir dessa confluência quando o Cávado Pegue forças para atravessar a difícil orografia da Serra do Gerês. Na próxima etapa.

quinta-feira, 18 de março de 2010

RIO CÁVADO

Não tem a fama de outros. O pai Minho e Minho, que nunca foi fronteira de nada nos séculos da Gallaecia, do Reino Suevo ou da alta Idade Média, simboliza o que nos divide (e nos une) a Galiza e Portugal. O Rio Lima, nascido nas terras galegas de Xinzo, é um dos mais belos à sua passagem pelas vilas de Ponte da Barca e Ponte de Lima, "a vila mais velha de Portugal ', para acabar morrendo junto a Viana do Castelo. Nem muito menos tem a fama do Douro, Rota dos Vinhos Verdes em chegando a Porto, ou do Tejo eo seu estuário espectacular aos pés da bela Lisboa.



Ver mapa maior


Mas entre Lima e Douro banha boa parte das terras de Portugal Norte de um rio nascido às portas da província de Ourense, na Serra do Larouco, que não é tão reconhecido como outros, mas que é o nexo de união entre alguns dos locais de maior beleza do país vizinho: Montalegre, Serra do Gerês, Barragem da Caniçada, Braga, Barcelos e Esposende.

O rio Cávado.


Barragem da Caniçada, rio Cávado e serra do Gerês ao fundo.
Fonte: viajar.clix.pt

Por isso, nos próximos artigos de Alemdominho convidamos a nos acompanhar por uma bela viagem percorrendo os vales e vilas vizinhas do rio por descobre.


Uma viagem que enceta em Chaves, cidade vizinha à Serra do Larouco, onde nasce o Cávado. Uma vila que neste caso é banhada por um outro rio que, como o Lima nasceu em Ourense para decorrer a maior parte de seu percurso em Portugal, o Tâmega.

Ponte Romana de Trajano em Aquae Flaviae (Chaves).
Fonte própria.


Povoação, já desde a antiguidade, a fertilidade do vale do Tâmega, as águas quentes de seus manantiais termais eo fato de ser local obrigatório de passagem entre duas das capitais dos três conventos da Gallaecia -Braccara Augusta (Braga) e Astúrica Augusta (Astorga)- fez deste povoado romano de um centro de grande importância, que foi elevado à categoria de município no século I por Flávio Vespasiano com o nome de Aquae Flaviae.

Nos anos do nascimento de Portugal, a vila xogaría um papel fundamental na defesa do novo reino independente. Lá Afonso III e seu sucessor, o Rei D. Dinis, ordenou levantar o castelo de Chaves, a Torre de Menagem e as muralhas que ainda hoje dominam as vistas da cidade.

Torre de Menagem, Castelo de Chaves. Fonte própria.


Hoje Chaves constitui um dos projectos mais ambiciosos da Euro-região Galiza - Norte de Portugal: a Eurocidade Chaves - Verín. Um novo modelo de organização municipal dentro do quadro da cooperação da Euro-região.

Outros pontos de interesse turístico a visitar é a Praça de Camões, com as igrejas da Misericórdia e de Santa Maria Maior, o Forte de São Francisco ou a Igreja da Madalena, cruzando para o outro lado do rio pela Ponte de Trajano.

Praça de Camões, com a Igreja de Santa Maria Maior ao fundo.
Fonte própria.

De Chaves partimos para o oeste, em um percurso de apenas 40 quilômetros que nos levará a Montalegre, capital da Serra do Larouco, onde nasce o rio Cávado.

Na próxima etapa.

domingo, 14 de março de 2010

BLOGS DE REFERÊNCIA EM ECONOMIA

Se há um blog de referência em economia a nível internacional é o do Nobel de Economia mais blogueiro, Paul Krugman, The Conscience of a Liberal. Não quero deixar passar a oportunidade de mencionar um site imprescindível, www . project-syndicate.org, onde colaboram com artigos de opinião em economia, política internacional e crescimento sustentável personalidades tão reconhecidas como os economistas Nouriel Roubini e Joseph Stiglitz (Nobel de Economia o segundo), Kenneth Rogoff (ex-economista chefe do FMI), os ex-ministros das Relações Exteriores da Alemanha e em Israel, Joschka Fischer e Shlomo Ben-Ami, e muitos outros (Bradford deLong, Jeffrey Sachs, Robert Skidelski ...)


Mas não falava disso. Estava a falar de dois blogs de referência em economia da Galiza e de Portugal.




1.- A FURADA DO TRASNO

site: http://afuradadotrasno.blogspot.com/

Blog sobre economia de Portugal do que já temos feito referência em alguma ocasião em Nosquedaportugal, e não é de mais adicarlle também este artigo. Com uma linguagem básica e bem explicativa vai oferecendo regularmente informação e artigos de opinião sobre a situação económica galega a alcançar também os leitores com menos conhecimentos em economia. Imprescindíveis o acompanhamento da leia das caixas económicas, e dos dados macroeconômicos do PIB i emprego em Galiza.

Só me resta dizer duas coisas mais: pedir que adique mais artigos para Portugal e da Euro-região que formamos com os minhotos, e segundo deixar uma pergunta não ar: quem será caralho o trasno? (suponho que não sou o mais indicado para fazer essa pergunta, mas bom ...)



2.- THE PORTUGUESE ECONOMY

site: http://theportugueseeconomy.blogspot.com/


Blog sobre economia de Portugal. Um problema que temos muitas vezes os que deste lado do Minho queremos estar ao dia do que acontece em Portugal é que não sabemos chegar a fontes de informações que nos permitam acompanhar de contínuo a realidade dos nossos vizinhos. Bem, pois en economía isso rematou:


The Portuguese Economy. Fonte: theportugueseeconomy.blogspot.com


Há apenas um mês vem de nascer o blog The Portuguese Economy, interessante iniciativa de um grupo de quinze economistas e historiadores económicos portugueses de universidades do país vizinho, Espanha, Reino Unido, USA e Canadá, com o intuito justamente de dar a conhecer ao exterior que é a situação económica de Portugal, quais são as razões que leva à economia portuguesa a ser a que cria a menor renda per capita de seu entorno, e que soluções se podem apresentar.

O blog é escrito em inglês para promover precisamente a troca de conhecimento a nível internacional e a participação de qualquer interessado de fora de Portugal. Para muitos, o principal ponto contra deste blog é que não chegará a tanta gente por causa de estar em inglês e porque a sua linguagem é muito mais técnica que a da furada do trasno, por exemplo. Mas por outro lado, neste caso, considero que é mais adequado para os objetivos que procura, e de encontrar algo de especial valia para ser comentado em Nosquedaportugal não teñades dúvida que o faremos.

Suliñar que chama muito a atenção o constante (e familiar no caso galego) 'victimismo' dos economistas portugueses na hora de botarlhe as culpas de todos os problemas da economia portuguesa à sua localização periférica. Bem, isso pode ter a sua parte de razão, mas por um lado não sei o que pensam em Tanzânia ou Bolívia disso, i em segundo lugar, neste mundo da informação instantânea e a crescente integração do comércio internacional, falar de periferia tem cada vez menos sentido: periferia em relação a quê? Além disso... a Terra não foi sempre esférica? Logo não tem esquinas nem nunca as teve ...

segunda-feira, 8 de março de 2010

MORREU JOHNNY ALF

Acho que é pelo menos a segunda vez que tenho que adiar o artigo que lhe quero dedicar a um dos temas imprescindíveis da bossa, 'desafinado', mas desta volta é por causa de força maior.

A semana passada foi bem difícil não encontrar um jornal, blog ou qualquer meio carioca que não tenha feito referência à morte de Johnny Alf, músico e compositor brasileiro, considerado por muitos precursor da bossa nova.


Nascido no Rio em 1929, desde a adolescência tomou interesse pelo jazz e a música do cinema americano, tomando influências de músicos como Cole Porter. Foi dessa mistura de tendências e interesses musicais de onde, em 1953, surgiria a composição 'Rapaz de bem', incluída no álbum de 1955 'Johnny Alf', e que é considerado o tema que abriu caminho para o estilo musical de mais fama do Brasil.





Da mesma época é outro dos temas precursores, 'Céu e Mar', que podemos desfrutar na interpretação de dois grandes da música popular brasileira, Elis Regina e Tom Jobim:




Alfredo José da Silva, Johnny Alf, faleceu na quinta-feira da semana passada em São Paulo por causa de um câncer. Nos deixa a sua música para divertimento de todos.

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Saiba mais:

- Wikipédia: http://pt.wikipedia.org/wiki/Johnny_Alf
- Discografía: http://www.sombras.com.br/johnnyalf
- Morre Johnny Alf: www.estadao.com.br / morre-Johnny Alf