quarta-feira, 30 de setembro de 2009

LA CORUÑA DE TODA LA VIDA (ANEXO)

Nos capítulos IV a VI lembrava a primeira tentativa de reinstaurar o Reino da Galiza independente do Reino de Castela na figura de D. João, com o apoio em repetidas ocasiões do Rei de Portugal D. Dinis e as sucessivas máximas autoridades da nobleza galega, Alburquerque, Chariño e de Castro.

Neste capítulo vamos fazer um breve parêntese para analisar a diferenciação que se iria gerar a partir destes anos entre galego e português.

Não é preciso ser Einstein para ver que, ao longo do lento processo de Reconquista da Península Ibérica, as línguas românicas, derivadas do latim nasceram no Norte (galego-português, espanhol e catalão), mas alcançaram o seu assentamento e seu caráter oficial à medida que os reinos expandiam-se para o sul e se iam transformando em idiomas oficiais dos diferentes reinos.

A exceção foi o caso do galego, língua de maior prestígio da península até o século XIII, graças principalmente ao Caminho de Santiago, para a qual o aparecimento do Condado e, posteriormente, Reino de Portugal, asim como da integração do Reino de Galiza na Coroa espanhol falante, faz que careçam dessa chave para assentar-se como língua de Estado, e alcançar a evolução "natural" para o sul que atingiram espanhol e, a princípio, também o catalão.

Apesar disso, o isolamento do galego e o português não se produziria até séculos depois, principalmente até o início do século XVI, com a definitiva integração da Galiza na Espanha dos Reis Católicos e a expansão dos dois reinos peninsulares para as suas novas possessões no ultramar. Até então, os reinos da Galiza e Portugal mantiveram-se em contacto, i em mais de uma ocasião, tentaram-e também alcançaram a aproximação e integração.

Tendes uma breve explicação do processo de diferenciação das nossas línguas e alguns exemplos neste entretido vídeo da RTP sobre o galego:




"Nós não falamos galego, que foi o que aconteceu?", Pergúntanse os nossos amigos portugueses neste vídeo. Tem uma boa explicação no capítulo LXXIV, "Ascensão da cultura portuguesa e da decadência da galega", em "Grandeza e decadência do Reino de Galiza" de Emilio González López:

"Se a língua castellana nada nas terras norteñas de Burgos e Santander, atinxíu o seu madurecemento nas de Toledo e Salamanca, no centro de Castela e León, respectivamente, de igual xeito a portuguesa, formada no norte de Portugal e Galicia chegou á súa plenitude en Coimbra e Lisboa. A función que desempeñou nas letras castellanas o Rei Afonso o Sabio, coa súa Escola de Tradutores de Toledo, tívoa en Portugal o Rei Don Denís, coa diferencia de que en Castela o Rei Sabio escribía en galego a súa doce poesía.
A nación portuguesa, arredada de Castela a mediados do século XII, recibe o seu auténtico contido cultural nacional có Rei Don Dinís a fins do XIII e comezos do XIV, mentras Galiza neses mesmos anos vai perdendo de a pouco a súa personalidade política e, con ela, o pulo que animaba as súas creacións culturais. A fins do século XIII castelán e portugués emerxen como línguas cultas na comunidade europea, eo galego, máis próspero noutro tempo, privado agora da enerxía creadora da súa nacionalidade, vai decaíndo paseniñamente, pugnando en vano por sobrevivir como língua poética de Castela.

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