No capítulo II víamos como foi que Galiza perdeu sua independência pela primeira vez em séculos. Neste terceiro capítulo, veremos que a parte galegofalante do sul do Minho correria uma sorte muito diferente.
Mas para explicar por que Galiza e Portugal não são hoje uma mesma nação... teremos que explicar primeiro como é que a Reconquista de Iberia por parte dos povos cristãos deu lugar a dois países diferentes na faixa galegogalante. Isto é, como é que existe Portugal.
Três são os episódios que definem o nascimento e consolidação da identidade portuguesa:
1.- O Condado Portucalense e sua transformação em Reino de Portugal no ano 1139 depois da vitória na batalha de Ourique, no Alentejo, na que Afonso Henriques derrota ao exército mouro e se declara primeiro rei do Reino de Portugal, Afonso I.
2.- No entanto, não poderia falar-se de uma tomada de consciência da nacionalidade portuguesa até o Rei D. Dinís, o equivalente -e coetâneo- ao Rei Afonso X O Sábio em Castela. Dinís, filho de Afonso III de Portugal, é uma das figuras mais notáveis da história portuguesa: chegados ao Algarve e terminado assim o espaço de reconquista possível para Portugal, amadureceu a consciência nacional do país, fundou a Universidade de Coimbra e fez da língua galego-portuguesa sinal de identidade nacional. Não por nada se presume que foi o primeiro rei português não analfabeto.
Mas para explicar por que Galiza e Portugal não são hoje uma mesma nação... teremos que explicar primeiro como é que a Reconquista de Iberia por parte dos povos cristãos deu lugar a dois países diferentes na faixa galegogalante. Isto é, como é que existe Portugal.
Três são os episódios que definem o nascimento e consolidação da identidade portuguesa:
1.- O Condado Portucalense e sua transformação em Reino de Portugal no ano 1139 depois da vitória na batalha de Ourique, no Alentejo, na que Afonso Henriques derrota ao exército mouro e se declara primeiro rei do Reino de Portugal, Afonso I.
2.- No entanto, não poderia falar-se de uma tomada de consciência da nacionalidade portuguesa até o Rei D. Dinís, o equivalente -e coetâneo- ao Rei Afonso X O Sábio em Castela. Dinís, filho de Afonso III de Portugal, é uma das figuras mais notáveis da história portuguesa: chegados ao Algarve e terminado assim o espaço de reconquista possível para Portugal, amadureceu a consciência nacional do país, fundou a Universidade de Coimbra e fez da língua galego-portuguesa sinal de identidade nacional. Não por nada se presume que foi o primeiro rei português não analfabeto.
3.- A dinastia Afonsina verá-se extinta na pessoa de Fernando I, Rei de Galiza e Portugal, na segunda metade do século XIV. A guerra de sucessão em Portugal e as contínuas tentativas de independentizar-se da Corona de Castela por parte do Reino de Galiza enfrentará a Castela contra Portugal, Galiza e a Inglaterra. A batalha decisiva, que consolida a Portugal como Reino independente na península Ibérica, data do ano 1385 na célebre batalha da Aljubarrota.
O destacável é que os três episódios são vitais não só na história de Portugal, mas também na de Galiza:
1. A transformação de Portugal em reino deixa ao Reino de Galiza engavetado entre os Reinos de Castela e Portugal, sem mais possibilidade de expansão que a faixa de Extremadura através do Reino de Leão. É muito provável que a perda de influência desde então do reino mais poderoso na península na Alta Idade Meia se deva precisamente a este fato. Quando a união de Castela e Leão deixa ao Reino de Galiza fora de jogo, a nobreza galega tentará de reorientar seu espaço político cara a Portugal em multidão de ocasiões ao longo de 2 séculos.
3. Os eventos da segunda metade do século XIV são para mim sem dúvida os mais apaixonantes de toda esta época. Por desgraça, são também os que determinarão a sorte que correrá Galiza a partir do século XV. Enquanto para Portugal significam sua consolidação como reino peninsular em uma nova linhagem, a dinastia Avis, de sangue galega, para Galiza significam a extinção do poder desse mesmo linhagem -os De Castro, herdeiros do Rei García de Galicia- e sua definitiva integração em Castela como reino "rebelde".
2.- Deixamos para o final o ponto 2 porque é o que enlaçará com nosso seguinte capítulo. Já que é precisamente o Rei Dinís, figura essencial na consolidação da identidade nacional portuguesa, quem apóia no fim do século XIII a tentativa da nobreza galega de reinstaurar o Reino de Galiza. Algo que se alcançaria em 1296.
O veremos no capítulo IV.
O destacável é que os três episódios são vitais não só na história de Portugal, mas também na de Galiza:
1. A transformação de Portugal em reino deixa ao Reino de Galiza engavetado entre os Reinos de Castela e Portugal, sem mais possibilidade de expansão que a faixa de Extremadura através do Reino de Leão. É muito provável que a perda de influência desde então do reino mais poderoso na península na Alta Idade Meia se deva precisamente a este fato. Quando a união de Castela e Leão deixa ao Reino de Galiza fora de jogo, a nobreza galega tentará de reorientar seu espaço político cara a Portugal em multidão de ocasiões ao longo de 2 séculos.
3. Os eventos da segunda metade do século XIV são para mim sem dúvida os mais apaixonantes de toda esta época. Por desgraça, são também os que determinarão a sorte que correrá Galiza a partir do século XV. Enquanto para Portugal significam sua consolidação como reino peninsular em uma nova linhagem, a dinastia Avis, de sangue galega, para Galiza significam a extinção do poder desse mesmo linhagem -os De Castro, herdeiros do Rei García de Galicia- e sua definitiva integração em Castela como reino "rebelde".
Escudo da familia Castro.
Fonte: http://gl.wikipedia.org/wiki/Familia_Castro
Fonte: http://gl.wikipedia.org/wiki/Familia_Castro
2.- Deixamos para o final o ponto 2 porque é o que enlaçará com nosso seguinte capítulo. Já que é precisamente o Rei Dinís, figura essencial na consolidação da identidade nacional portuguesa, quem apóia no fim do século XIII a tentativa da nobreza galega de reinstaurar o Reino de Galiza. Algo que se alcançaria em 1296.
O veremos no capítulo IV.
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