domingo, 26 de julho de 2009

O DÍA 25 E O GALEGO

O galego é a língua própria de Galiza, mas nos últimos 50 anos a extensão do bilingüismo i, em muitos casos, do monolingüismo em castelhano, oferecem para o galego um panorama desalentador. Esta é a porcentagem de galegos que tinham ao galego como primeira língua (única língua falada ou predominante na sua fala) desde a Idade Meia:



Por isso, quero especificar uma série de questões sobre meu blog e meu modo de ver as coisas:

- Tanto me dá se você realizou ontem o Dia da Pátria como se foi à praia neste caloroso verão. Tanto me dá se você acha que Galiza se chama Galiza ou Galícia, se você acha que é uma Nação, uma nação de Breogám ou uma autonomia espanhola. Tanto te me tem se você é de direita ou de esquerda, católico ou ateu, do Celta ou do Deportivo. Mas se não lhe importa a situação da nossa língua, se não fai algo por ela (algo tão simples como FALÁ-LA), se você acha que é seu "direito" não fazê-lo, nem ter de conhecê-la para aceder a um posto na administração galega, então você está faltando ao respeito a sua história, a seus antepassados e a sua cultura e não merece ir por aí dizendo que você é "galego". Fala galego, da-lhe ao galego um espaço em teu dia a dia, ama a tua língua.

- Alguns me perguntam se sou reintegracionista, se acho que Galiza e Portugal deveriam ser um mesmo país, e tal e qual. Sinceramente, igual que no ponto um, tanto me dá. A situação atual do país é tão distante a essas possibilidades, que qué mais dá. Uma coisa é como eu gostaria que fosse meu País e outra o que é possível hoje em dia (já quisesse eu que os eventos dos que falaremos nos séculos XIII a XV se tivessem resolvido como quis Galiza, mas a História não vai mudar, e nosso presente por muito que queiramos alguns, também não vai mudar tanto como para que o debate político seja "integração com Portugal sim ou não").

- Mas o que sim tenho bastante claro é que é o que precisam Galiza e o galego para sair antecipe nesta situação desesperada. E, ao invés do que muitos pensam e preocupa a tantos, não passa essencialmente pelo terreno educativo. Evidentemente, isso também é imprescindível, mas precisamente nos anos nos quais o galego se incorporou ao sistema educacional em maior ou menor medida (sim, já o sabemos, em alguns lugares não dão em galego nem as classes de galego, mas "están imponiendo el gallego en las escuelas", já falaremos disso...), é precisamente nestes anos quando mais se está perdendo falantes.

- E o que eu acho que precisam Galiza e o galego são duas coisas:

1. maior exposição à cultura luso-brasileira que se oponha o verdadeiro afogamento que sofre a cultura galega há 50 anos. O desenvolvimento das comunicações, meios, televisões, etc., fez com que a presença do castelhano em Galiza seja hoje infinitamente superior ao que se viu exposta nos séculos anteriores. No entanto, também o desenvolvimento das comunicações deveria servir para acercar-nos a o Brasil e Portugal, que hoje podem estar mais perto de nós que nunca.

2. e sobretudo, o sinto muito, mas deve ser pela minha educação em Economia que penso que "no final, o que não são contas, são contos", o que Galiza e o galego precisam acima de tudo é que a sociedade perceba que o galego é útil economicamente. Ocorre em Euzkadi e a Catalunha, onde os poderes econômicos são autóctones e defensores do seu, não como aqui. Em uma sociedade bilíngüe como é a galega de 100 anos para aqui, a maioria da gente se decantará por empregar a língua que lhe é mais útil, só os "motivados" vão manter o débil. E o galego, na sua situação, não é possível permitir viver dos "motivados]". Galiza precisa de um poder econômico e um empresariado galegos, galeguistas e aos que empregar o galego lhes resulte útil economicamente.


E ambos requisitos que eu acho imprescindíveis para reverter a situação da gráfica do princípio passam por Portugal e o Brasil, por conhecê-los e que nos conheçam. E meus blogs nosquedaportugal e alemdominho só pretende ser uma gota no qual deveria ser um oceano de conhecimento mútuo.

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