Um breve apontamento econômico sobre os recentes dados publicados sobre a "saída da crise" de algumas economias ocidentais. A gráfica a continuação amostra a taxa trimestral de crescimento do PIB de algumas destas economias nos últimos 8 trimestres (2 anos):
Elaboraçao propria. Dados: http://epp.eurostat.ec.europa.eu/portal/page/portal/eurostat/home/
Costuma ser essa a gráfica que publicam os periódicos, já que é a que reflete maior "sensação" de recuperação das economias. Mas esta é a evolução do PIB dessas mesmas economias no mesmo período de tempo:
As duas gráficas representam o mesmo feito, mas as sensações que transmitem são bem diferentes. No primeiro caso, amostra que voltamos a taxas positivas (ou menos negativas na Espanha e USA) de crescimento, mas a segunda gráfica lembranos "desde que nível estamos começando a crescer". O efeito da crise levou às economias a retroceder vários anos de progresso econômico, e agora toca começar a recuperar desde aí.
A terminologia -que para que todo o mundo fale nos mesmos termos estipula como recessão dois ou mais trimestres consecutivos com taxas de crescimento negativo- permite que esta semana todos os titulares falem do "fim da recessão" na Alemanha, a França ou o Japão. Mas isso não quer dizer que voltassem os tempos felizes. Isto é como a equipe que leva 4 jornadas seguidas perdendo, e ganha o quinto partido. Uma coisa é alegrar-se pela vitória, outra dizer que "a liga está ganha".
As boas notícias são 1.- que as políticas fiscais expansivas (essas que criticam os neoliberais, causadoras das políticas que nos levaram à crise atual) levadas a cabo por todos os governos -inclusive os de direitas- conseguiram atalhar a queda livre na qual se encontravam as economias ocidentais. E 2.- que a "economia é psicologia", e o freio dessas caídas assim como os titulares de imprensa, mais ou menos realistas, deveriam ajudar à tomada de confiança de investidores e consumidores.
Mas esta é uma crises de demanda, e como tal a recuperação virá quando se recupere esta. Por enquanto os dados mostram mais bem o efeito das fortes investimentos dos Estados para atalhar a hemorragia, a estabilização do comércio internacional tra-la autêntica hecatombe dos últimos meses -com contrações de dois dígitos jamais vistas nas últimas décadas-, assim como o "efeito inventário" na produção que já apontava há meses, muito antes de conhecer-se os dados atuais, o nobel Paul Krugman. Por último, também não mostram os dados a certeza que as economias se recuperarão "em V", como parecem descontar os mercados financeiros.
Por isso, as últimas notícias devem ser tomadas com otimismo (se atalhou o fantasma da depressão econômica, e possivelmente também o da deflação), mas não com euforia desmedida: fica muito caminho por andar.
A terminologia -que para que todo o mundo fale nos mesmos termos estipula como recessão dois ou mais trimestres consecutivos com taxas de crescimento negativo- permite que esta semana todos os titulares falem do "fim da recessão" na Alemanha, a França ou o Japão. Mas isso não quer dizer que voltassem os tempos felizes. Isto é como a equipe que leva 4 jornadas seguidas perdendo, e ganha o quinto partido. Uma coisa é alegrar-se pela vitória, outra dizer que "a liga está ganha".
As boas notícias são 1.- que as políticas fiscais expansivas (essas que criticam os neoliberais, causadoras das políticas que nos levaram à crise atual) levadas a cabo por todos os governos -inclusive os de direitas- conseguiram atalhar a queda livre na qual se encontravam as economias ocidentais. E 2.- que a "economia é psicologia", e o freio dessas caídas assim como os titulares de imprensa, mais ou menos realistas, deveriam ajudar à tomada de confiança de investidores e consumidores.
Mas esta é uma crises de demanda, e como tal a recuperação virá quando se recupere esta. Por enquanto os dados mostram mais bem o efeito das fortes investimentos dos Estados para atalhar a hemorragia, a estabilização do comércio internacional tra-la autêntica hecatombe dos últimos meses -com contrações de dois dígitos jamais vistas nas últimas décadas-, assim como o "efeito inventário" na produção que já apontava há meses, muito antes de conhecer-se os dados atuais, o nobel Paul Krugman. Por último, também não mostram os dados a certeza que as economias se recuperarão "em V", como parecem descontar os mercados financeiros.
Por isso, as últimas notícias devem ser tomadas com otimismo (se atalhou o fantasma da depressão econômica, e possivelmente também o da deflação), mas não com euforia desmedida: fica muito caminho por andar.
Nenhum comentário:
Postar um comentário