Muitas coisas mudaram em Pontevedra nos últimos tempos. De fato, se há um governo nacionalista que vai já para 12 anos em uma vila tanto tempo dominada socialmente pelo "pijerío" -para alguns continua sendo a vila das touradas e as "puestas de largo"-, será que muito mal não fariam. Algo arrogantes foram algumas vezes, tudo é preciso dizê-lo, razão pela que seguem perdendo votos eleição após eleição, mas tiveram muitos acertos reconhecidos e que fizeram de Pontevedra a única cidade da Galiza onde o nacionalismo galego governa sem interrupção por mais de uma década: a recuperação do Casco velho, completamente degradado durante anos, a peonalizaçao do centro urbano, a recuperação do río Lérez -falta ver que passa com a Celulosa na foz-, etc.
Pontevedra e Ría de Pontevedra
Fonte: www.concellopontevedra.es
Fonte: www.concellopontevedra.es
Todo isso fez de Pontevedra a segunda vila de maior crescimento populacional na última década dentre as principais cidades galegas, só atrás de Lugo. E, a diferença da capital lucense, seu empurrão não se deve à absorção de população dos municípios rurais do ao redor, mas junto das vilas contíguas de Marín ou Poio fazem da comarca de Pontevedra o quarto eixo econômico e populacional de Galiza, só atrás de Vigo, A Corunha e Santiago.
Mas vamos ao tema. Entre as medidas mais acertadas dos últimos anos esteve a implantação da Feira Franca, evento que "se fundamenta no mercado libre de impostos que comezou a celebrarse en Pontevedra a partires do ano 1467, en virtude dun privilexio real concedido por Enrique IV, que autorizaba a celebración dunha feria que duraba quince días antes e quince despois do 24 de agosto, día de San Bartolomeu". A festa não está isenta de simbologia nacionalista, já que evoca os tempos de maior esplendor da burguesia galega, em um tempo no qual "a documentación dos concellos de Santiago, A Coruña, Betanzos, Pontevedra e Ourense está case totalmente redactada en galego". Mas, a diferença das festas sectárias dos touros e absolutamente rançosas e vergonhosas de "puestas de largo" e demais, que só recebem o interesse de um setor da sociedade local, a Feira Franca conseguiu em uns anos todo o interesse da sociedade e ser orgulho dos lerezanos. Uma festa para todas as idades, para ficar nas ruas durante todo o dia, comendo, assistindo a recriações históricas, mercadinhos, cetraria, etc.
Praza da Leña - Pontevedra
Fonte: http://leovigildo.lacoctelera.net
Fonte: http://leovigildo.lacoctelera.net
E tudo isso, no marco incomparável da Zona Monumental pontevedresa, a maior e melhor conservada da Galiza. Está claro que não conta com monumentos do renome de nossos Patrimônios da Humanidade -Catedral de Santiago, Muralha de Lugo e Torre de Hércules-, mais as praças e rúas que vocês poderão encontrar caminhando de vagar por nossa cidade são do mais formoso do País. A este respeito, assinalar também que "a construción da Basílicia de Santa María ao longo do século XVI, impulsada pola poderosa Confraría do Corpo Santo, é a manifestación artística máis sobranceira daquela etapa de esplendor".
Basílica Santa María - Pontevedra
Fonte: www.colon-gallego.com
Fonte: www.colon-gallego.com
E se formosas são as ruas da Boa Vila, muito mais no fim de semana da Feira Franca. O ambiente pontevedrês é o mais adequado para recrear o medievo, levando-nos por um dia àqueles tempos como não o consegue nenhuma outra das festas medievais que se realizam em Galiza. Por isso, convidamos-lhes a visitar Pontevedra este fim de semana do 4 e 5 de setembro, e para aqueles que não possam vir, a semana que vem faremos entrega de um novo artigo onde recolheremos algumas estampas da nossa festa mais sentida.
(Toda a informação que vocês precisem sobre a Feira Franca, em: http://feirafranca.info )
(Toda a informação que vocês precisem sobre a Feira Franca, em: http://feirafranca.info )
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